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Diário da Amazônia

Veloz igual lesma manca

Muita gente pode ter estranhado a proposta de transferir parte do Pronto Socorro João Paulo II para a antiga sede da Assembleia..

Por Nilton Salinas Diário da Amazônia
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Publicado: 24/03/2019 às 09h42min

Muita gente pode ter estranhado a proposta de transferir parte do Pronto Socorro João Paulo II para a antiga sede da Assembleia Legislativa. Afinal, qual a razão para não construir logo um prédio novo e moderno, onde os tão sofridos pacientes possam ter mais comodidade? A resposta é simples: a construção poderia demorar pelo menos uns oito anos, já que o Estado é extremamente lerdo para construir.

A fiscalização estatal até que funciona bem, principalmente quando a iniciativa privada é alvo da inspeção. Quando a máquina olha para si, a avaliação parece ser benevolente, extremamente tolerante. É por isso que o João Paulo II continua funcionando nas mesmas instalações há anos. Como já disse o deputado Adailton Fúria (PSD), se fosse um hospital particular, já deveria ter sido interditado pela Vigilância Sanitária.

Não se fala aqui do trabalho desenvolvido pelos profissionais da área de saúde no pronto-socorro. Esses também sofrem. Não tanto quanto os pacientes, mas sofrem. Precisam trabalham em setores onde há mau cheiro, onde a central de ar parece não ser suficiente para que a janela possa permanecer fechada.

Mudar parte do pronto-socorro para a antiga sede da Assembleia, portanto, pode ajudar a amenizar o problema, enquanto o Estado movimenta seu imenso e lerdo corpanzil para construir instalações que possam abrigar a totalidade do João Paulo II. Mas mesmo a ocupação do prédio que já existe pode demorar consideravelmente, visto que, em geral, quando é para resolver seus próprios problemas o governo tem a velocidade de uma lesma manca.
Nesses casos, muitas vezes um incentivo pode ajudar a máquina estatal a ter pressa. O Ministério Público do Estado tem se mostrado defensor da sociedade, e poderia oferecer à Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) razões suficientes para que uma atitude seja tomada imediatamente. É bom lembrar, que, em se tratando de governo, esse “imediatamente” pode demorar alguns meses.

Sem querer ensinar o Pai Nosso ao vigário, creio que seria uma boa ideia dar um prazo razoável para a Sesau agir. Um bom incentivo seria acenar com uma multa diária no CPF do secretário, após vencimento desse prazo. Seria um excelente motivo para muita gente ter pressa. Não precisa ser um valor muito alto. Acredito que mil reais por dia seria suficiente.

Vale lembrar que a situação do pronto-socorro não é culpa do secretário, mas quem casa com a viúva deve assumir também os filhos dela.



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