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RONDÔNIA

Vigilantes da Semed entram em greve

Há pelo menos três versões para explicar a paralisação, desde segunda-feira (27), dos vigilantes que prestam serviço à Secretaria..

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Publicado: 29/04/2015 às 03h30min | Atualizado 29/04/2015 às 08h21min

Após três meses sem receber salários, vigilantes da Semed e Detran cruzam os braços

Após três meses sem receber salários, vigilantes da Semed e Detran cruzam os braços

Há pelo menos três versões para explicar a paralisação, desde segunda-feira (27), dos vigilantes que prestam serviço à Secretaria Municipal de Educação (Semed) e que ameaçam entrar em greve por tempo indeterminado a partir de amanhã (30). O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Vigilância (Sintesv), Paulo Tico, disse que o motivo da paralisação é porque os funcionários da empresa Ronda Vigilância e Segurança, que prestam serviço à Semed e ao Detran/RO (Departamento Estadual de Trânsito), estão sem receber salários há vários meses.

Em assembleia realizada no Sindicato foi deliberada uma paralisação por 24 horas, terminando às 18h de ontem. Durante esta amanhã, segundo o presidente do Sintesv, a categoria decidirá sobre a continuidade da paralisação. “Porque a empresa está fechando três meses sem pagar aos trabalhadores; aliás, a empresa fez somente uma parte do pagamento referente ao mês de fevereiro; os funcionários do interior do Estado são os mais prejudicados. Se houver greve será pelos salários atrasados”, informa Paulo Tico.

IMPOSTOS E ENCARGOS TRABALHISTAS ATRASADOS 

Entretanto, os vigilantes alegam que além dos salários atrasados, a empresa não está fazendo o recolhendo o FGTS e o INSS. Além disso, os benefícios estabelecidos no contrato de trabalho dos vigilantes, tais como o reembolso do visa-vale que representa, hoje, cerca de R$ 270 para alimentação e os cursos de capacitação que deveriam acontecer de dois em dois anos não estão sendo assegurados pela Ronda.

O sócio-proprietário da Ronda, Samuel de Araújo, esclarece que a situação está complicada também para a empresa. Ele alega que na folha de pagamento consta mais de 800 funcionários, contratados na capital e no interior do Estado. Segundo Araújo, as despesas com o pessoal, com os impostos e com os encargos trabalhistas são maiores do que as entradas. “Porque a Justiça do Trabalho priorizava apenas os salários”, afirma.

SOLUÇÕES APONTADAS PELOS ENVOLVIDOS

Diante desse embargo, que envolve os funcionários que prestam serviço à Semed – cerca de 360 vigilantes -, o Sindicato e a empresa Ronda, a greve pode ser deflagrada pela categoria por tempo indeterminado, a partir de hoje. Para Paulo Tico, a função do Sintesv, no momento, é reivindicar que a própria Justiça chame para si a responsabilidade de administrar o pagamento dos salários desses trabalhadores. “Já entramos com uma petição no Tribunal de Justiça do Trabalho, da 14ª Região, aqui de Porto Velho e vamos aguardar o prazo legal para entrar, de fato, em greve”, informa o presidente.
Por outro lado, o sócio-proprietário da Ronda garante que a empresa está empenhada em adquirir a documentação necessária para continuar com os contratos da Semed e do Detran. “Não temos interesse em prejudicar nossos funcionários; não ficamos com o salário de ninguém. Há problemas com as certidões, mas estamos em busca das soluções legais para resolver a situação”, esclarece Araújo.

LICITAÇÃO 

De acordo com o presidente do Sindicato dos Vigilantes, a Semed informou que no início de maio vai abrir licitação para contratação de outra empresa de vigilância e assegurou que aqueles que já trabalham na Secretaria deverão permanecer no emprego. Esclarece ainda que no momento estão paralisados somente os vigilantes da Secretaria Municipal, mas aqueles que trabalham no Detran e no interior do Estado também podem aderir à greve.

 



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