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Violência aumenta na região Norte

Vejam como são assustadores estes números: 112.709 pessoas morreram em situações de violência no Brasil, no ano de 2012. Isto equivale..

Publicado: 10/07/2014 às 20h57
Atualizado: 24/04/2015 às 07h49

C1-acidente-e.f..m.m.-.-jota-gomes-33-copyVejam como são assustadores estes números: 112.709 pessoas morreram em situações de violência no Brasil, no ano de 2012. Isto equivale a 58,1 habitantes a cada grupo de 100 mil e, segundo o Mapa da Violência de 2014, lançado neste mês de julho, é o maior índice da série histórica já registrado. O sociólogo responsável pela publicação do estudo, Júlio Jacobo Waiselfisz, esclarece que há uma tendência confirmada nesses estudos: a disseminação da violência nas diferentes regiões e cidades. As regiões Norte e Nordeste experimentaram aumento exponencial da violência. No Norte, por exemplo, foram registrados 6.098 homicídios em 2012, mais que o dobro dos 2.937 verificados em 2002. O Amazonas, Pará e Tocantins tiveram o dobro de assassinatos registrados no mesmo intervalo de tempo.

Os jovens foram as vítimas em 53,4% dos casos, o que mostra outra tendência diagnosticada pelo estudo: a maior vitimização de pessoas com idade entre 15 e 29 anos. As taxas de homicídio nessa faixa etária passaram de 19,6 em 1980, para 57,6 em 2012, a cada 100 mil jovens, e as principais vítimas são os motociclistas. Jacobo entende que essa situação é fruto de um esquema ideológico que apresentou a motocicleta como “carro do povo”. Por ser econômica, de fácil manutenção. “Assim, em vez de se investir em transporte público, o trabalhador pagaria sua própria mobilidade. E mais, fez dela o seu trabalho, seja como motoboy, entregador ou mototaxista, em situação de escassa educação no trânsito, pouca capacidade de fiscalização e baixa legislação”, analisa o sociólogo.


O adolescente, o jovem e a sociedade

O mapa da violência destaca que é importante lembrar que o problema da violência no Brasil, considera vários aspectos e matrizes, passa por questões sociais, políticas, econômicas e educacionais. As evidências disso estão registradas no mapa deste ano.
Nesse sentido, os dados afirmam que é preciso ter mais programas e políticas públicas para atender os adolescentes e jovens. Quanto a esse respeito, o sociólogo Waiselfisz analisa que é necessário estudos para entender esse público. “Quando iniciamos esses trabalhos, não existia uma clara definição do que era o ser jovem na sociedade brasileira, não existia balizamento legal ou institucional regulando essa fase da vida. Tínhamos, desde 1990, o Estatuto da Criança e do Adolescente, que conceituava a criança como a pessoa até 12 anos de idade incompletos, e adolescente aquela entre 12 e 18 anos de idade. Mas sabíamos das largas diferenças pelas suas especificidades fisiológicas, psicológicas e sociológicas”, disse Waiselfisz.

Os estudos apontam para a importância de se conhecer melhor o comportamento dos jovens na sociedade, os problemas pertinentes a essa fase da vida, bem como as potencialidades dos adolescentes em formação e da juventude em busca da maturidade. “Havemos de considerar que a adolescência constitui um processo fundamentalmente biológico durante o qual se acelera o desenvolvimento cognitivo e a estruturação da personalidade. Já o conceito juventude resume uma categoria essencialmente sociológica, que remete ao processo de preparação para o indivíduo assumir o papel de adulto na sociedade, tanto no plano familiar quanto no profissional, isto é, tanto na produção quanto na reprodução da vida humana”, enfatiza Waiselfisz.

C1-acidente-e.f..m.m.-.-jota-gomes-34Violência em Rondônia

Ainda conforme dados apresentados pelo Mapa da Violência 2014, Ariquemes é uma das cidades que mais registram assassinatos de jovens em Rondônia. Em 2008, foram registrados 33 mortos; em 2009: 40; em 2010: 23; em 2011: 25 e em 2012: 28 mortos. Outro município que apresenta números preocupantes é Cacoal. Com população estimada em 85.863 habitantes, a cidade registra grande índice de acidentes no trânsito, com significativo número de óbitos e de vítimas que ficaram com sequelas permanentes. Segundo dados da Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito (Semttran-Cacoal), houve 5.129 acidentes de trânsito entre 2009 e 2013.

O secretário de Transporte e Trânsito (Cacoal/RO), Gerson Antônio Sapper, concorda que o número de acidentes é preocupante. Por isso, segundo o secretário, a Semttran-Cacoal tem desenvolvido projetos educativos junto à população, principalmente nas escolas de Ensino Fundamental e Médio, “com o objetivo de promover uma maior conscientização dos pedestres e dos motoristas de uma forma geral”, explica Antônio.
Para a educadora de trânsito, Lucen Baine Ribeiro, é importante “lembrar que os projetos contam com a participação das instituições de ensino do município e os resultados têm sido positivos, visto que houve uma diminuição no índice de acidentes ocorridos no ano passado”.

Entre outras atividades desenvolvidas no município, Lucen destaca o Programa Educacional Trânsito Seguro (Pets), que tem como objetivo promover e incentivar ações educativas de trânsito para os alunos do quinto ano do Ensino Fundamenta II. O programa enfatiza a circulação, a conduta, a socialização e a cidadania. O Pets, que está fundamentado nas Diretrizes Nacionais da Educação para o Trânsito, é oferecido aos alunos através de lições com material didático, aula expositiva, vídeos e atividades extraclasse. Além de trabalhar educação de trânsito nas escolas, o Pets também orienta os familiares, pois as crianças discutem com os pais os conteúdos apreendidos nas aulas, informa a educadora.

Por, Edilene Santiago – Fotos: Jota Gomes/Diário da Amazônia

Por Diário da Amazônia

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