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VARIEDADES

Vladimir Brichta encena no cinema palhaço Bozo

“O palhaço é uma super projeção da alegria, mas pode se afundar na tristeza”.

Por Assessoria
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Publicado: 20/08/2017 às 06h10min | Atualizado 21/08/2018 às 14h54min

Uma das estreias mais aguardadas do ano no cinema nacional, Bingo – O Rei das Manhãs, chega dia 24 de agosto nas telonas para contar a história inspirada em Arlindo Barreto, um dos intérpretes do palhaço Bozo. Protagonizado por Vladimir Brichta, o longa mostra a ascenção, derrocada de Augusto/Bingo, artista que se torna uma das grandes figuras pop dos anos 80, em uma trajetória cheia de sexo e drogas e digna de um rock star. Para dar mais liberdade artística ao roteiro, os nomes foram todos alterados – com exceção de Gretchen (Emanuelle Araújo).

Palhaço triste

“Tem 3 elementos que motivaram a fazer o filme: A relação do personagem com filho e a mãe, a luta pelo sucesso sob o ponto de vista do ator e a história do palhaço triste. É um pouco se perguntar, por exemplo, porque o Robin Williams se matou. É um cara que faz a alegria das pessoas e tem um lado tão sofrido e desajustado. O palhaço é uma superprojeção da alegria, mas pode se afundar na tristeza, inquietação e nos dilemas humanos. Isso me interessa e está no filme de forma rica”.

Proposta irrecusável

Escalado de última hora para substituir o amigo Wagner Moura no projeto, já que o ator estava envolvido com as gravações da série Narcos, Vladimir conta como surgiu o convite: “Nos encontramos, eu estava com o Lazinho (Lázaro Ramos), e Wagner disse: ‘Tem um filme que não vou poder fazer. É um dos melhores roteiros que já li, e um de vocês dois tinha que fazer’. Então, já sabia que era interessante. Quando o Daniel (Rezende, diretor) entrou em contato, me chamou pra bater um papo. Teve um momento em que quase não fiz porque pintou uma série na TV, mas deu certo e acabou rolando”, comemora.

A despedida de Domingos Montagner

A participação pequena, mas simbólica, de Domingos Montagner no papel do palhaço Aparício ganhou ares nostálgicos após a morte do ator e palhaço, em 2016. “A presença dele foi uma forma de ajudar um palhaço mais novo (o próprio Vladimir) a se encontrar. É um paralelo com a história do filme, totalmente. Ver o Domingos atuando é tocante, emocionante”, conta Vladimir.

Ao lado do amigo Fernando Sampaio, com quem criou o grupo circense LaMínima, Domingos atuou como consultor da produção: “Tem muito dele (no filme). Quando fizemos a leitura do texto, ele fez ajustes e me tirou algumas dúvidas. Ajustamos muito de acordo com a experiência dele”, explica o ator.

“Já o Fernando foi o cara que me preparou para o personagem. Não que ele tenha me ensinado timing, isso acho que era uma coisa minha. Mas ajudou a desvendar o mistério que é ser um palhaço. Eu tinha pudor de dizer que eu era um palhaço, venho de um universo acadêmico e respeito muito as pessoas que estudam muito. Eu fazia minhas palhaçadas desde sempre, já me vesti de palhaço e tinha um timing, mas tinha pudor de me assumir palhaço, ainda que já pagasse as contas com humor. Hoje sou um palhaço”.



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