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PLANTÃO DE POLÍCIA

Agentes penitenciários são presos em PVH

Operação Meganha desvendou esquema de agentes penitenciários com detentos.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 10/03/2017 às 05h15min

Investigação contra o tráfico levou Civil até servidores em Porto Velho

Na manhã de ontem, quinta-feira (09), onze agentes penitenciários, entre eles um diretor, foram presos apontados como integrantes de uma organização criminosa que atuava em roubos, receptação de veículo, facilitação de entrada de drogas e celulares no presídio. De acordo com a Polícia Civil, a operação concentrou-se no Presídio Ênio Pinheiro, onde os agentes foram flagrados em churrascos no pátio e ainda facilitando saídas irregulares, ganhando carros de presos e participando de quadrilhas especializadas em roubo e tráfico de drogas.

No total, de 31 mandados de prisão representados pela Operação Meganha, 26 foram cumpridos, sendo que cinco não foram encontrados no endereço. Foram ainda solicitados o afastamento de seis agentes do serviço público. Os agentes presos serão encaminhados para o Centro de Correição da Polícia Militar.

Os agentes devem responder pela facilitação de entrada de aparelho celular em presídio, organização criminosa, corrupção passiva, prevaricação imprópria, entre outros. Participaram da operação 200 policiais civis e 20 delegados, divididos em 50 equipes. A ação também contou com o apoio da Polícia Militar (PM).

De acordo com a delegada Ingrid Brandão, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), a investigação começou há pelo menos um ano e meio, quando um agente penitenciário foi preso por receptação de veículo. Conforme a delegada, um agente penitenciário recebeu um veículo de um apenado como pagamento por um serviço prestado ou benefício adquirido. “Durante a instrução do flagrante foi identificado que o veículo recebido pelo agente foi entregue pela esposa de um apenado”.

Esquema

A delegada disse ainda que o serviço prestado ao preso pelo agente não foi identificado, mas que durante as investigações foi possível levantar outras irregularidades desse e de outros agentes, como tráfico de drogas e benefícios que os presos recebiam dos agentes, como drogas, armas, telefones celulares, e principalmente saídas e transferências de unidades prisionais, além de facilitação de fugas.

Ingrid Brandão explicou que, com o desenrolar das investigações, a polícia identificou que os procedimentos eram atuados em grupos de forma distinta. “Um dos grupos era focado no furto e roubo de veículos com alteração de sinais identificadores que eram trocados por drogas na Bolívia e o outro era voltado para uma organização criminosa voltada para o tráfico de drogas, que culminou na prisão dos agentes penitenciários”, esclarece a delegada.

O Ênio Pinheiro é conhecido como um presídio que possui maiores facilidades, sendo por isso o foco principal da investigação”, afirmou Ingrid Brandão. Ainda conforme a delegada, o relacionamento dos agentes com os presos acontecia diretamente dentro do presídio, ao ponto de serem flagrados “saindo de forma irregular com os presos. Há um caso, por exemplo, que o apenado está dirigindo o carro do agente, nessa mesma situação o apenado paga o almoço do agente, outra que vai buscar filho do agente na escola”.

Sobre a possibilidade de envolvimento de advogados na organização criminosa, a delegada explica que “existem dois advogados que figuram como possíveis investigados, são suspeitos. Há indícios da participação deles em falsificação de documentos, mas não há como precisar qual a real participação deles”.



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