Porto Velho/RO, 20 Março 2024 13:03:48
Diário da Amazônia

Como funcionava o esquema em Vilhena

Prefeito, vice e vereadores aproveitavam-se dos cargos para negociatas.

Por Redação Diário da Amazônia
A- A+

Publicado: 23/11/2016 às 06h40min | Atualizado 23/11/2016 às 14h08min

Documentos obtidos pelo Diário mostram como funcionava o esquema descoberto de pagamento e recebimento de propina na prefeitura de Vilhena, que levou à prisão o prefeito Zé Rover (PP), o vice Jacier Dias (PSC) e os vereadores José Garcia da Silva (DEM), Vanderlei Amauri Graebin (PSC), Carmozino Alves Moreira (PSDC), o presidente afastado da Câmara, Júnior Donadon (PSD) e Antônio Marco de Albuquerque (PHS), o Marcos Cabeludo. Todos estão presos após operação da Polícia Federal.
Segundo apurou o Diário, os vereadores exigiam portarias do prefeito e indicavam terceiros que repassavam o salário ao vereador que os indicou. Pelo menos quatro portarias tinham o valor de R$ 4,5 mil.

Além disso, o vice tinha uma pá carregadeira alugada para a prefeitura através da empresa Muller e Cia Ltda. e ainda recebia de R$ 2 a R$ 3 mil do aluguel do terreno do município para funcionamento das pastas da Assistência Social, Cultura e Programa Bolsa Família; e R$ 8 mil da empresa Arquimedes Serviços, repassados pelos representantes “Tavares” e “Gustavo Valmorbida”.

Aproveitando-se do cargo, Junior Donadon exigiu do proprietário da Loja Havan, Luciano Hans, R$ 300 mil para aprovação da instalação em Vilhena, mas ao final o valor ficou em R$ 80 mil, mas por pressão da mídia e recusa da empresa em pagar, o projeto foi colocado em votação. Júnior também é acusado de “armar” CPI juntamente com a vereadora Valdete contra o prefeito conseguindo extorquir cinco terrenos e R$ 7 mil, sendo R$ 20 mil para Junior, R$ 15 mil para Marta, R$ 10 mil para Valdete e o restante foi dividido com os demais vereadores, exceto Maria José.

Valdete também utilizava uma portaria de R$ 2,7 mil para pagar a uma pessoa para prestar serviços domésticos em sua residência, enquanto outra portariada recebia R$ 4,5 mil e repassava parte para a vereadora, que ainda é acusada de ter adquirido dois terrenos de forma ilícita.

Para Carmosino foram repassadas 11 placas de táxi, cada uma no valor de R$ 5 mil, para indicar as pessoas beneficiadas com o decreto lei; o vereador ainda recebia mensalmente da empresa J.C. Santis pelo próprio caminhão locado à Secretaria de Saúde e repassava R$ 2 mil a um radialista.

Por exigência dos vereadores, o proprietário do Empreendimento Jardim das Acácias para obter a aprovação doou cinco terrenos que foram postos em nomes de “laranjas” indicados por Carmosino e Vardelei Graebin.



Deixe o seu comentário