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RONDÔNIA

Gasolina: preço alto “esvazia” postos

O preço médio da gasolina para o consumidor final subiu pela 12ª semana seguida.

Por Ana Kézia Gomes Diário da Amazônia
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Publicado: 21/01/2018 às 07h25min

Samuel de Souza, gerente de um posto de combustíveis, revelou que sua empresa trabalha com gasolina importada (Foto: Jota Gomes / Diário da Amazônia)

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou que o preço médio da gasolina para o consumidor final subiu pela 12ª semana seguida, sendo que nos primeiros dias de 2018, os preços nas bombas já subiram 2,31%. A equipe de jornalismo do Diário da Amazônia percorreu postos de Porto Velho para saber como esse aumento interfere no orçamento da população da capital.

“Pesa muito no bolso, por isso que a gente procura pelos postos mais baratos, só que no final das contas nem compensa, porque a gente gasta muita gasolina procurando as promoções e quando acha tem que ficar muito tempo nas filas esperando atendimento”, explica a técnica de enfermagem, Ana Maria dos Santos, que por mês gasta mais de R$ 500 com combustível.

Cleudson Nogueira trabalha como motorista em uma distribuidora de alimentos da capital, de acordo com ele os proprietários da empresa conversaram com todos do setor de transporte para ajudarem na economia. “Conversaram pra gente dá uma acalmada, rodar mais devagar e procurar os trajetos mais curtos, mas quando se trata lá de casa eu e minha família optamos por andar de uber ou moto-táxi porque sai mais barato do que abastecer”, disse.

Há quatro meses Hemerson Luiz de Oliveira destinava R$ 300 do orçamento familiar para combustível, atualmente o valou subiu para R$ 480. “ E isso dá um desconforto financeiro muito grande. É algo estarrecedor, estamos pagando uma conta que foi feita lá atrás e agora ficam inventando essa política que a Petrobras foi autorizada a aumentar diariamente os preços e infelizmente a população brasileira acaba tendo que aceitar”, diz em tom de revolta. Hemerson trabalha com frete de caminhões trazendo soja do Mato Grosso para Porto Velho, segundo ele o aumento da gasolina trouxe grande prejuízo. “O valor do frete não aumentou, mas o preço do diesel não para de subir, isso tá afetando totalmente o meu cotidiano”, afirmou.
A política de reajuste diário dos preços citada por Hemerson foi estabelecida pela Petrobras em julho de 2017, segundo a ANP desde essa data o preço médio da gasolina para o consumidor final já acumula crescimento de 19,5%.

Desesperançoso, Eufrozino Monteiro Pereira acredita que a situação só tende a piorar. “Eu tô achando tudo muito caro, tá tudo muito difícil e eu não tenho nem ideia de quanto estou gastando por mês de gasolina. É muito triste ver o povo brasileiro passando por isso”, destacou o empresário.

O Diário da Amazônia conversou com Samuel de Souza, gerente local de um posto localizado na avenida Jorge Teixeira, de acordo com ele a Petrobras abriu mão de 40% do mercado para que as empresas brasileiras comprem gasolina de outros países e é assim que eles conseguem ganhar clientes em meio a guerra de preços. “A nossa empresa importa gasolina dos Estados Unidos e com isso a gente consegue fazer um preço mais em conta pro consumidor, se a gente não baixa os preços a gente não vende”, informa.



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