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Diário da Amazônia

Julgamentos de crimes contra a vida em Cacoal

Até o final do mês, 19 casos devem ser julgados em Cacoal. Ação foi instituída pelo CNJ.

Por Magda Oliveira Diário da Amazônia
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Publicado: 10/11/2017 às 06h35min

Em Cacoal, os crimes envolvendo mulheres são responsáveis por cerca de 30% da demanda Magda Oliveira/Diário da Amazônia

Em novembro o Fórum de Cacoal está dedicado ao julgamento de crimes contra a vida. A mobilização faz parte do Mês Nacional do Tribunal do Júri. Até o final do mês, 19 casos devem ser julgados. Essa ação foi instituída pelo Conselho Nacional de Justiça.

De acordo com o juiz Carlos Rosa Burck, os julgamentos serão voltados para crimes contra a vida, ou seja, homicídios e tentativas de homicídio. Até agora seis processos já receberam sentença. “O município de Cacoal já tinha como tradição fazer o mês de julgamentos com júri, então tivemos a facilidade de adaptação, pois já trabalhávamos dessa forma. Em 2017, estamos com o maior número de julgamentos do Estado”, disse Burck.

De acordo com dados fornecidos pelo juiz, em 2014 o Brasil foi o país recordista em número de homicídios, com 59 mil ao ano. “Na Comarca que abrange Cacoal e Ministro Andreazza em 2016, o número de crimes contra a vida são semelhantes a países como a Bósnia. É altíssima a nossa taxa de homicídios, se de um lado podemos nos orgulhar do poder Judiciário de Cacoal de terem condições de propiciar meios de realizar 19 júris, por outro revela a situação de violência em Cacoal e Ministro Andreazza, relacionada a crimes contra a vida”, destaca o juiz.

De acordo com o juiz, todos os casos que estão sendo julgados neste mês, no fórum de Cacoal são processos de 2017, sendo que 50 por cento dos casos são crimes cometidos contra mulher. “O Conselho Nacional da Justiça prioriza os crimes cometidos contra a mulher, que realmente ocupa uma parcela significativa dos júris”, alertou.

O juiz destaca ainda que em Cacoal os crimes envolvendo mulheres são responsáveis por cerca de 30% da demanda do fórum. “Desde 2008 quando a Lei Maria da Penha foi criada, percebemos que há um encorajamento a mulher, pois estão procurando as delegacias, sabendo de seus direitos, as medidas protetivas que a lei garante e são efetivas e eficientes no sentido de proteger a mulher contra seu agressor, devido a isso temos uma grande movimentação em processos envolvendo mulheres”, avalia Burck.

Essa mobilização da Justiça está sendo feita em todo Brasil. Até o final do mês será realizado um julgamento por dia.



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