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Diário da Amazônia

Mirtes Rufino, a artesã dos palhaços

A artesã paraense transformava galhos de árvores e raízes em obras de arte.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 08/11/2017 às 06h30min

Mirtes Rufino se especializou na confecção de Palhaços em homenagem a um palhaço que conheceu em Santarém

O artesanato de Rondônia e do Brasil perdeu na última segunda-feira (06), umas de suas mais expoentes artistas, Mirtes Rufino. Em depoimento ao Museu de Gente de Rondônia Mirtes Rufino declara que chegou a Porto Velho vinda de Santarém (PA), no dia 18 de dezembro de 1988 e na mesma semana, foi com alguns amigos visitar a Cachoeira do Teotônio e lá, se deparou com um “cemitério” de madeira. Pegou uma daquelas peças levou pra casa e não sabe explicar como, a transformou num Jacaré. “Vendi essa peça para um colecionador de Curitiba (PR)”. Com o dinheiro da venda da peça Mirtes contratou um caminhão, voltou à Cacheira do Teotônio e trouxe toda aquela madeira do “cemitério” para sua residência. “Minha arte é cem por cento rondoniense”.

Mirtes Rufino nasceu no dia 22 de fevereiro de 1955 em Santarém estado Pará, filha de Luiz Gonzaga Rufino e de dona Maria da Conceição Rufino Oliveira.

Figuras regionais também faziam parte do acervo Mirtes

Primeiro aniversário do Diário da Amazônia

Em setembro de 1994, a direção do Diário da Amazônia convocou os funcionários João Zoghbi, Marcos Grutzmacher e Sílvio Santos para coordenarem a festa do 1º aniversário do jornal e essa equipe, soube que uma artesã paraense estava expondo seu trabalho no Sesc Explanada. Ao chegar ao Sesc se depararam com umas peças trabalhadas em raízes e galhos de árvores em diversas formas. Procuraram saber quem era o artista e foram apresentados a Mirtes Rufino que disse, que por força da palavra firmada com a direção do Sesc não poderia expor suas peças na festa do Diário.

Logo após a festa do Diário que durou uma semana, fomos procurados pela Mirtes Rufino que solicitou nossa intervenção junto à direção do jornal, no sentido de conseguir apoio, para que ela levasse suas peças para uma exposição no Salão Nobre do Banco do Brasil na avenida Paulista em São Paulo. Conseguimos com a Eucatur e Mirtes foi embora, após algumas semanas, ao retornar a Porto Velho, procurou a direção do jornal para agradecer o apoio. “Poxa vida, vendi todas as peças na exposição do Banco do Brasil”. Daí pra frente sempre estávamos cobrindo o trabalho da Mirtes Rufino. Várias matérias foram publicadas sobre a artesã que transformava a madeira que desci a correnteza do rio Madeira, em obra de arte.

Mirtes Rufino faleceu na última segunda-feira, dia 6, seu corpo foi velado no Mercado Cultural até as 7h do dia 7, quando embarcou para Santarém no estado do Pará onde foi sepultado. “A poesia da arte perdeu sua grande inspiração, Mirtes Rufino a deusa dos Palhaços, a Rainha da Madeira trabalhada pela correnteza, que voltava à natureza pela natureza viva, da criatividade artística de Mirtes Rufino. Estamos com saudades da sua singela poesia; Descansa em Paz Mestra!



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