Porto Velho/RO, 25 Março 2024 00:41:13
RONDÔNIA

Nova enchente deixa famílias preocupadas

O Plano de Contingência da Defesa Civil será apresentado hoje na capital.

Por Jaylson Vasconcelos Diário da Amazônia
A- A+

Publicado: 25/01/2018 às 05h00min | Atualizado 29/11/2018 às 12h14min

Quem vive nas áreas ribeirinhas da cidade já teme uma possível enchente do rio Madeira (Foto: Jota Gomes / Diário da Amazônia)

O nível do rio Madeira continua subindo nas áreas de risco da capital, devido ao fenômeno La Niña. A cota do rio já está próximo dos 15,00 metros, fato que tem preocupado os moradores das regiões que podem ser afetadas por uma eventual enchente. Na madrugada da terça-feira (23), o nível do rio Madeira chegou a marcar os 14,99 metros, com alto risco de inundação, mas durante todo o dia de ontem houve uma pequena diminuição na cheia e o nível oscilou entre os 14,91 metros.

A população que vive às margens do rio Madeira tem se mostrado temerosa com a constante elevação do nível das águas, são famílias inteiras que moram nas áreas de risco, a grande quantidade de crianças que residem no local também é um fator preocupante para os pais que ainda esperam por casas do governo.

O bairro da Balsa é um dos principais atingidos pelas inundações do rio Madeira, pois quando o nível chega perto dos 15,00 metros algumas casas já começam a ser alvo de alagamento, na área conhecida como becos do Birro e da Rede se tornou uma das principais áreas mais atingidas pela cheia de 2014, agora com o contínuo aumento do nível do rio as famílias estão apreensivas caso ocorra um novo transbordamento. Atualmente 72 famílias habitam a área, mas com o constante aumento do nível do rio, são orientadas pela Defesa Civil a sair da área de risco. Segundo o morador, João Bentes, 41, o nível do rio se mostra superior comparado a mesma época do ano passado, apreensivo com o contínuo aumento das águas do rio Madeira ele teme uma nova enchente. “Estou muito apreensivo, pelo que estou vendo em relação ao ano passado o nível aumentou uns seis metros, estamos com medo de outro alagamento, minha família toda vive aqui, na última vez que alagou nós perdemos tudo dentro de casa”.

Para João, que se encontra desempregado e não possui condições de mudar para o aluguel a solução para sair da área de risco seria a entrega da sua casa no complexo habitacional Cristal da Calama, que desde o seu cadastramento em 2010 as obras da casa ainda não foram concluídas, a residência faz parte do programa Morada Nova e contempla famílias que vivem em áreas de risco de enchente na cidade.

Fênomeno das “terras caídas também preocupa

Várias áreas da cidade sofrem com o fenômeno de erosão fluvial “terras caídas”, que é bastante comum na região amazônica, segundo o coordenador da Defesa Civil, Marcelo Santos, o processo ocorre devido a formação do rio Madeira, como os leitos ainda estão em formação a agressividade das águas vindas do fundo do rio facilita que o desbarrancamento ocorra de baixo para cima, ocasionando grandes sedimentos.

Dentre as áreas mais afetadas pela erosão na área urbana de Porto Velho estão a estrada do Belmont e Triângulo. Na margem esquerda do rio, as áreas mais críticas são o ramal Maravilha, Nazaré, São Sebastião, Niterói e Boa Fé. Já na região do Baixo Madeira, o distrito de Calama é a área que mais sofre com os constantes desbarrancamentos de terras, fato que amedronta e prejudica a população.

A Defesa Civil continua com o cadastramento das famílias que estão vivendo em áreas de risco, além de mapear as áreas com maior potencial de desbarrancamento, a secretaria municipal proporciona auxílio aos moradores que precisam mudar de suas casas.

“Estamos realizando periodicamente o monitoramento das áreas com maior percentual de erosão, agora estamos trabalhando a parte de contenção para frear o avanço das erosões, esclarecendo as famílias sobre os locais de risco e as ajudando no seu remanejamento”, pontuou o coordenador.

O Plano de Contingência da Defesa Civil será apresentado hoje (25), às 9h na sede do Corpo de Bombeiros, mas até lá as equipes continuam com o trabalho de cadastramento das famílias em áreas de risco e mapeamento das áreas com maior potencial de desbarrancamento, além do auxílio aos moradores que precisam mudar de suas casas.



Deixe o seu comentário