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Diário da Amazônia

O avanço do atraso!

A greve dos caminhoneiros serviu para revelar além dos prejuízos financeiros incontáveis para o agronegócio, bem como para sociedade de..

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Publicado: 10/06/2018 às 06h00min

A greve dos caminhoneiros serviu para revelar além dos prejuízos financeiros incontáveis para o agronegócio, bem como para sociedade de um modo geral, que o atraso no sistema logístico nos transportes de cargas, ainda está longe de alcançar o mínimo desejável. Não é possível imaginar que uma nação com as dimensões continentais como o Brasil, de um momento para outro se torne refém de uma única classe de transportadores.

De maneira clara e sem subterfúgios a greve escancarou uma realidade que se vive a mais de 120 anos, quando os Estados Unidos e Europa investiram pesado no sistema de transportes ferroviários e hidroviários. Aqui desde 1970 os governos decidiram caminhar na contra-mão da história apostando nos transportes rodoviários, mais oneroso e dominado pelo paternalismo sindical. O avanço do atraso só podia ter dado no que deu!

Não há como justificar. A não ser pelo atraso político e falta de visão administrativa dos governantes de uma nação colocada entre as três maiores do planeta no setor do agronegócio, ou jogo de interesses, aliás, isso ficou claro durante a greve, pelo fato de o País não possuir uma opção “B” para o transporte de gêneros de primeira necessidade e combustíveis, que poderiam ter evitado assim as intermináveis filas e crises no abastecimento.

O Brasil, e Rondônia não esta fora deste contexto, é servido por uma das maiores malhas fluviais do planeta capaz de garantir em período integral o funcionamento de transportes hidroviários. Ainda por cima possui centenas de milhares de quilômetros de ferrovias e vagões abandonados que poderiam estar servindo para o transporte de cargas a custo bem menos oneroso e mais vantajoso aos empresários e produtores rurais ligando de leste a oeste e de sul a norte, complementando com um sistema perfeito de interligações modais com os principais centros consumidores, sem, no entanto ficar subjugado somente ao sistema rodoviário.

O impacto da greve dos caminhoneiros continua causando aborrecimentos e prejuízos ao setor produtivo e aos consumidores que no final acabam pagando as contas. De tudo que se viu e assistiu para nós rondonienses ficou uma lição: a de que os esforços do senador Acir Gurgazc (PDT) no sentido de implantar uma ferrovia ligando o Sul do Estado ao Porto no Rio Madeira, continua valendo a pena.



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