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Diário da Amazônia

Preço baixo derruba produção de leite

Laticínios podem ser convidados para prestar esclarecimentos sobre a situação.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 24/09/2017 às 05h10min

A defasagem no preço do litro de leite pago pelos laticínios desestimula os produtores

A Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa de Rondônia não descarta a possibilidade de convocar os laticínios que atuam no Estado para que prestem esclarecimentos sobre o preço do leite que é pago atualmente ao produtor. Segundo o presidente da comissão, deputado Lazinho Dobri (Fetagro), hoje o preço do litro de leite pago ao produtor gira em torno de R$ 0,85, contribuindo para desestimular a produção de leite no Estado. “Antes o preço era regulado pelo Conseleite, mas hoje predomina o preço que eles (laticínios) querem pagar. Existe um cartel sim porque tudo é definido entre os laticínios, que se fecham e entre eles mesmos definem a política de preço do leite que é pago ao produtor”, disse o parlamentar.

O deputado Lazinho criticou o governo que, segundo ele, normalmente mantém neutralidade diante da situação. “Enquanto concedente dos incentivos fiscais, o governo deveria atuar diretamente nesse processo porque os incentivos fiscais concedidos representam dinheiro público que é investido pelas empresas”, salientou o presidente da Comissão de Agricultura da Assembleia Legislativa. Para ele, a política de incentivos fiscais deve ser rediscutida. “Enquanto os incentivos fiscais oferecidos pelo Estado aos laticínios chegam aos 90%, o produtor rural não ganha praticamente nada. Por isso mesmo entendemos que novas regras devem ser implementadas na área de incentivos fiscais”, acrescentou.

Lazinho Dobri informou que quando o Conseleite foi criado havia entre 7 e 8 laticínios no Estado, enquanto hoje existem apenas três: Italac (Jaru), Tradição (Ji-Paraná) e Miraella (Rolim de Moura). “Os laticínios simplesmente abandonaram o Conseleite e começaram a praticar preços definidos por eles mesmos. Com isso, os produtores rurais acabam sendo penalizados”, critica o presidente da Comissão de Agricultura do Parlamento estadual, mencionando que a cadeia produtiva está à deriva. “O Estado precisa investir mais na cadeia produtiva, principalmente porque existe a necessidade de investimentos em tecnologia para aumentar a produtitividade”, defende o parlamentar, informando que está providenciando uma reunião com o governador para tratar do assunto. “O próprio governo precisa chamar os laticínios para que voltem ao Conseleite, a fim de que o preço do leite possa ser negociado e não imposto como está acontecendo”, acentuou.

De acordo com o parlamentar, em dois anos houve uma redução de mais de 200 mil litros na produção diária de leite. “O Estado já chegou a produzir em torno de 1,3 mil litros de leite/dia, enquanto que atualmente essa produção não passa de 800 mil litros/dia”, informou. Lazinho observou que produtor de leite enfrenta o maior problema dos últimos dois anos. “Hoje o solo está devastado pelo uso e os produtores precisam da ajuda do governo”, informou o deputado. Segundo ele, o preço do leite no Estado está com uma defasagem média de R$ 0,20 e que o prejuízo recai sobre o produtor. “Precisamos encontrar uma saída para esse problema”, completou.



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