Porto Velho/RO, 26 Março 2024 03:59:32
Diário da Amazônia

Ranicultura ganha projeção no Estado

Produtor de Monte Negro diz que está apenas começando seus negócios neste segmento.

Por Redação Diário da Amazônia
A- A+

Publicado: 22/10/2017 às 05h15min

A ranicultura é uma atividade do agronegócio que registra crescimento em todo o País

Não é por acaso que o Brasil é um dos maiores produtores mundiais de rãs, ficando atrás somente de Taiwan. A ranicultura ganha espaço e muitos produtores envolvidos com o agronegócio já investem neste novo segmento do mercado. Em Rondônia, a atividade começa a despontar como uma nova alternativa no segmento do agronegócio. Mesmo que ainda esteja no estágio inicial, a criação de rãs repercute de forma positiva e favorável ao mercado.

Em Monte Negro, município do interior rondoniense, o produtor Ivanilto Silva Cunha decidiu apostar nessa nova modalidade do agronegócio e criou o Ranário Santa Lúcia, situado no sítio Pedra Azul, na Linha C-45 da BR-421.

Com 30 casais matrizes e reprodutores, o ranário de Ivanilto já conta com cinco mil rãs adultas, quase prontas para abate, e oito mil girinos (filhotes). Ele informa que começou a investir nessa atividade por acreditar ser um produto diferenciado e com a visão de fazer algo diferente e desafiador.

O projeto está sendo executado num barracão que mede 60 metros quadrados e onde foram construídas oito baias. Uma média de 300 animais são abatidas mensalmente e a carne é comercializada na própria região, abastecendo restaurantes e bares.
As perspectivas são grandes porque Ivanilto já possui contatos em São Paulo para onde logo deverá ser enviada a carne de rãs abatidas em sua propriedade, incluindo a pele e a gordura dos animais. Ele participou, na condição de convidado, da Feira Fartura Gastronômica realizada em junho do ano passado no Jóckey Club de São Paulo. Único representante do Estado, o ranicultor rondoniense apresentou na feira os pratos Rã à Milanesa e Bolinho de Rã. Na oportunidade, ele ainda ministrou palestra para os participantes enfatizando a criação de rãs.

Todo o trabalho realizado no Ranário Santa Lúcia conta com a orientação do Escritório da Emater em Monte Negro. A extensionista Adriana Silvestre acompanha o projeto desde o seu início. Ela destaca o projeto de Ivanilto como uma atividade nova e desafiadora. “É algo novo e diferente do que estamos acostumados a ver, e temos muito a aprender com essa nova atividade. Nós, da Emater, acreditamos nele e queremos muito que cresça e se fortaleça”, diz.

Segundo Adriana Silvestre, a meta é construir um abatedouro e conseguir o selo para que os produtos (carne, pele e gordura) possam ser comercializados em maior escala. “Mas, para que isso aconteça é preciso que o imóvel onde o ranário está localizado seja regularizado para que os financiamentos possam ser viabilizados”, acrescenta a extensionista.

Produtor decidiu apostar no negócio

Em 2014, Ivanilto, que trabalha com máquinas pesadas e atividades de garimpo porque ainda não consegue viver apenas da criação de rãs, tentou iniciar o seu ranário com algumas rãs capturadas da natureza. Ele tentou adaptá-las, mas sem sucesso. Então começou a pesquisar na internet e descobriu um ranário em Santa Izabel/SP e foi até lá em busca de matrizes e reprodutores.

Em seu próprio carro conseguiu trazer 25 casais de rãs, com o apoio da Secretaria de Agricultura do Município. O ranário conta com toda a infraestrutura necessária, incluindo baias específicas para o acasalamento, para os girinos e de engorda. Ivanilto Cunha diz que ainda enfrenta grandes dificuldades para continuar com o seu projeto de criação de rãs, mas acrescenta que se mantém confiante.

A busca por financiamentos para a construção de uma agroindústria esbarra na falta de regularização do sítio. É que o problema decorre do fato de que Ivanilto comprou o sítio de um outro produtor, que não pagou ao antigo proprietário. Ele chegou a providenciar a escritura em seu nome, mas não conseguiu registrar em cartório por conta dessa pendência.
A extensionista Adriana Silvestre, da Emater, diz que para poder regularizar o imóvel, Ivanilto precisa pagar a dívida, mas nao dispõe de recursos financeiros. “Estamos mantendo contatos junto aos órgãos competentes para tentar regularizar essa pendência porque só podemos fazer o projeto da agroindústria quando a propriedade estiver regularizada”, informa.

 



Deixe o seu comentário