No final de semana o nível do rio Madeira baixou cerca de 30 centímetros, mas isso não mudou o estado de alerta, considerando que na Bolívia continua chovendo intensamente e as águas chegam a Porto velho a partir desta semana. Família dos bairros mais próximos do rio e das comunidades do baixo Madeira estão sendo cadastradas. Algumas já foram retiradas e o monitoramento é diário pela Defesa Civil.
A Prefeitura de Porto Velho preparou um Plano de Contingência, que será usado pelo município em caso de ocorrência de enchente do rio Madeira. Esse plano será apresentado hoje (18), em uma reunião técnica que ocorrerá na sede do Corpo de Bombeiros.
O coordenador da Defesa Civil, Marcelo Santos, detalhará o plano a representantes de vários órgãos nos âmbitos municipal, estadual e federal. Marcelo lembra que o plano já está em execução, devido o comportamento atual do rio, e que a apresentação só poderia ser realizada após o recebimento de previsões meteorológicas fornecidas pelo Sipam (Serviço de Proteção da Amazônia).
Segundo o coordenador, o plano permite o desencadeamento e operacionalização de ações conjuntas e simultâneas, dos órgãos envolvidos diretamente com a atividade planejada e estabelece procedimentos padrões reguladores de condutas dos órgãos setoriais.
As pessoas envolvidas nas ações serão treinadas para atuar durante a possível cheia do rio Madeira.
A PREFEITURA DE PORTO VELHO PREPAROU UM PLANO DE CONTINGÊNCIA, QUE SERÁ USADO EM CASO DE ENCHENTE DO RIO MADEIRA.
O Senamhi (Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia da Bolívia) prevê mais chuvas intensas na Bolívia e mantém os alertas laranja e vermelho nas regiões afetadas. Viagens de ônibus em rotas norte a sul estão temporariamente suspensas. As chuvas, geadas, granizos e inundações já causam consideráveis perdas na produção agrícola. A Cáritas boliviana (ação social da Igreja Católica) faz apelo para doações de mantimentos e agazalhos para os desabrigados.
Desde janeiro a Defesa Civil já contabiliza 24 mortes, 26 pessoas desaparecidas, com 19.888 famílias atingidas e dessas 5.243 estão desabrigadas. Conta da catástrofe inclui 59 casas destruídas (51 em Santa Cruz, sete em Potosí e uma em Cochabamba). Há também 15.984 hectares de culturas agrícolas perdidas, a maioria em Santa Cruz, com 8.761 hectares; seguido por Beni, com 2.229 ha; Chuquisaca, com 2.190 hectares e La Paz, com 1.853 hectares.
As principais vítimas das enchentes são agricultores que perderam os cultivos de arroz, soja e milho. As famílias afetados recebem como ajuda um cesta com farinha, arroz e açúcar, além de ferramentas básicas como enxadas, pás e carrinhos de mão.
As autoridade s estão preocupadas porque tem crescido o número de pessoas atingidas e os danos na agricultura pode afetar a segurança alimentar. Diante das consequências, os governos de Potosí e La Paz declararam estado de emergência e esperam recursos financeiros para suprir as famílias afetadas. Até ontem (18) 34 municípios eram declarados como zonas de desastre e 17 estavam em estado de emergência.
DANOS NA BOLÍVIA
51 em Santa Cruz
7 em Potosí
1 Cochabamba
8.761 ha Santa Cruz
2.229 ha Beni
2.190 ha Chuquisaca
1.853 ha La Paz
A população de Ji-Paraná começou a semana com impactos de cheias no rio Machado. A água do canal 2 de Abril inundou a avenida Clóvis Arraes que dá acesso à RO-135 (para Nova Londrina), no Centro. Outras partes da cidade também foram afetadas com água invadindo casas. Na medição realizada ontem (18), o nível do rio Machado estava em 11,59 metros. A Defesa Civil faz o monitoramento das áreas de risco.
Com a cheia, quatro famílias tiveram que ser socorridas e retiradas de suas casas durante o final de semana e abrigadas em casas de familiares. A secretária de Assistência Social, Sônia Reigota, informou que a Prefeitura está acolhendo os desabrigados oferecendo local seguro, mantimentos, roupas e colchões.
Os bairros afetados são: Primavera, São Francisco, Centro, Casa Preta, Urupá, Novo Ji-Paraná, Vila Jotão e Duque de Caxias.
NÚMEROS
Por medida de segurança a Semec (Secretaria Municipal de Educação e Cultura) de Rolim de Moura, suspendeu ontem e hoje (18 e 19), o transporte escolar no setor rural. Nas escolas Francisca Duran e José Veríssimo não haverá aula até que as estradas garantam segurança.
O motivo da interrupção das aulas foi que o grande volume de chuva que caiu no final de semana afetou as estradas rurais, deixando alguns pontos intransitáveis. A Semosp (Secretaria Municipal de Obras) iniciou uma força tarefa para recuperar os pontos mais afetados.
Ao concluir os serviços os pais de alunos serão informados sobre o retorno das aulas nas escolas pólos do setor rural.