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RONDÔNIA

Acadêmicos lançam campanha de “Papa Pilhas” em Porto Velho

Projeto foi criado para conscientizar os usuários a fazer o descarte ambientalmente correto dos resíduos.

Por Sara Cícera Diário da Amazônia
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Publicado: 11/06/2018 às 09h24min

Foto: Sara Cícera/Diário da Amazônia

O projeto “Papa Pilhas” foi criado por professores e alunos do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da União das Escolas Superiores de Rondônia (Uniron), com o objetivo de recolher as pilhas e também dá visibilidade, mobilizar e conscientizar os usuários da existência da Lei N° 12.305, de 2 de agosto de 2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

O projeto criado em fevereiro desse ano não é inédito no mundo e nem no país, mas no ambiente universitário em Rondônia, é o primeiro que teve a iniciativa. Trabalham efetivamente com a ação de 36 alunos do segundo e terceiro período de engenharia ambiental e sanitária e do primeiro período de engenharia civil.

Foto: Sara Cícera/Diário da Amazônia

Segundo o coordenador do projeto e professor de engenharia ambiental, César Guimarães, no Estado de Rondônia, cadastrados da Associação Brasileira da Indústria Eletroeletrônica (Abinee) só existem dois pontos de coleta, os dois estão em porto velho e que são desconhecidos pela maioria dos consumidores. Um dos depósitos é o Supermercado Atacadão, localizado na rodovia BR-364, e na representação da Philips situado na Avenida Jatuarana, zona sul da capital.

“O comerciante que revende a pilha ele é obrigado a aceitar seu resíduo. Na lei Lei N° 12.305 diz de forma bem clara que o comerciante tem a obrigação de pegar esse resíduo e encaminhar para o distribuidor que é de onde ele compra, e o distribuidor vai encaminhar lá para o fabricante que tem a obrigação de dar a destinação ambientalmente correta, seja incinerando, ou isolar aquela determinada substância de forma que não contamine ninguém”, explicou o coordenador.

A pilha ela é um objeto muito utilizado e hoje em razão do crescimento da tecnologia e da necessidade de uma fonte de energia autônoma a procura pelo produto tem aumentado. Porém, quando ela para de funcionar, quando ela acaba, o material se transforma em um produto perigoso.

O Cádmio, chumbo, mercúrio, níquel, zinco e outros metais pesados poluentes presentes na pilha são responsáveis por contaminar o solo, que consequentemente vai para o lençol freático onde as plantas acabam absorvendo todos os resíduos tóxicos. A carne bovina é altamente afetada por essas substâncias devido à contaminação do solo que afeta o capim, alimento principal do gado. O que também acaba por contaminar toda a produção alimentícia presente na mesa do brasileiro, o que pode responder aos grandes números de pessoas com câncer no país, pois as substâncias presentes nas pilhas são constatadas como altamente cancerígenas, além de desenvolver doenças neurodegenerativas.

A grande preocupação dos acadêmicos do curso de engenharia ambiental, sanitária e civil é de contribuir em amenizar as sujeiras do meio ambiente, tentando resgatar a originalidade do solo evitando que esses metais pesados não atinjam o meios da natureza. Para a realização da coleta, em cada sala é distribuído um contêiner criado pelos próprios alunos como forma de Papa Pilhas. O contêiner é feito de garrafas de refrigerante de 2L com aparência da pilha Duracel. No objeto tem um rótulo vermelho chamativo com o slogan da campanha: “Reciclar para um futuro melhor”. O custo da fabricação desse material de descarte é mantido do bolso dos acadêmicos.

 



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