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Diário da Amazônia

Adolescentes conhecem a realidade dos presidiários

Alunos de escola pública de Cacoal, visitam minipresídio com apoio de órgãos.

Por Magda Oliveira Diário da Amazônia
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Publicado: 21/10/2015 às 05h20min

Através de depoimentos, alunos de Cacoal conhecem realidade dos presidiários  Magda Oliveira/Diário da Amazônia

Através de depoimentos, alunos de Cacoal conhecem realidade dos presidiários Magda Oliveira/Diário da Amazônia

“Eu entrei na vida do crime com 24 anos, com a promessa de ficar rico da noite para o dia. Quando minha filha nasceu, eu estava cumprindo pena no Urso Branco, hoje ela já está com 12 anos e eu continuo preso. Essa vida de crimes não compensa, estudem e fiquem longe de todo o mal”. Com essas palavras, um dos presidiários que cumpre pena no minipresídio de Cacoal por tráfico de drogas, chamou a atenção dos alunos do Ensino Médio da Escola Estadual Clodoaldo Nunes de Almeida, que visitaram as dependências do presídio para executarem o projeto “Aprendendo Investigando”.

Os alunos que estavam acompanhados de professores, Polícia Militar (PM) e Ministério Público (M), puderam adentrar as dependências do minipresídio e conhecerem através dos relatos dos próprios detentos, como entraram na vida do crime, como é a vida dentro da prisão, a convivência com os demais presidiários, arrependimentos e planos futuros. Para a aluna Isadora de Sales Nascimento, de 15 anos, as histórias contadas pelos presos não serão repetidas em sua vida.

“Essa é a primeira vez que entrei em um presídio, porém a experiência é boa, pois estou descobrindo que eu não quero estar no lugar dos presos, pois eles estão pagando pelo que fizeram e estão sofrendo na prisão, que é um local fedido e muito deprimente”, avaliou Isadora.

REALIDADE

Para o promotor de Justiça Diogo Boghossian, que acompanhou os alunos, o resultado da visita deverá ser positiva e refletirá na vida e conduta dos alunos de agora em diante. “Queremos com esse projeto que os alunos conheçam a realidade do sistema prisional, pois acreditamos que a realidade é impactante, e o que nós estamos fazendo é mostrar como realmente é a vida dentro das prisões”, destacou o promotor do MP.

PROJETO APRENDENDO INVESTIGANDO

A diretora da escola, Marlene Cecconi, contou que a visita no presídio é a execução do projeto “Aprendendo Investigando”, que nasceu no ano de 2013, após a escola despertar a preocupação com o comportamento de alguns alunos, que não conseguiam cumprir as regras estabelecidas pela instituição. “Recebemos todos os públicos, com comportamentos diferentes e a escola precisa trabalhar essa questão. Então, para quem não consegue se adequar às regras, nós formulamos esse projeto, pois o aluno que poderia ser propenso ao mundo do crime, nessa visita irá descobrir que esse caminho não compensa”, falou Marlene.

Para que os alunos visitassem o minipresídio, foi concedida a autorização pelos pais que assinaram um documento, pela Vara de Execuções Penais, Juizado da Infância e Juventude e suas promotorias. Os alunos também tiveram a segurança da PM durante toda a permanência no órgão de segurança.



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