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RONDÔNIA

Agevisa reforça ações de enfrentamento

Em Rondônia, a mobilização visa conter o avanço da doença.

Por Assessoria
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Publicado: 19/01/2017 às 05h25min

Coordenadora Albanete Mendonça cita ações de enfrentamento da hanseníase em Rondônia

Para o próximo dia 29, data em que se comemora o Dia Mundial de Combate à Hanseníase, o Janeiro Roxo, a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Hanseníase da Agência Estadual de Vigilância em Saúde de Rondônia (Agevisa), Albanete Mendonça, já orientou os municípios a reforçarem as ações de sensibilização junto à população sobre o diagnóstico e tratamento da doença, que acomete pele e nervos e quando não tratada pode levar a incapacidades físicas.

Em Rondônia, a mobilização visa conter o avanço da doença com a capacitação dos profissionais de saúde e sensibilização da sociedade para a busca do diagnóstico precoce. A hanseníase é acompanhada pelo preconceito, mas isso vem gradativamente sendo alterado com o trabalho de conscientização de que a transmissão só acontece quando o paciente não recebe tratamento.
‘‘Essa é uma das doenças mais antigas a atingir a humanidade, tanto que temos relato dela na Bíblia. Naquela época, as pessoas identificadas com a doença eram isoladas em cavernas, colocavam sinos nas pernas para que todos identificassem que havia um doente que naquele período era chamado de leproso e o afastavam da sociedade. Esse estigma vem ao longo dos anos diminuindo, mas é preciso vencer o autopreconceito para romper o preconceito em volta’’, avalia a coordenadora.

Albanete explicou que é preciso combater a desinformação sobre a hanseniase. ‘‘Nem todas as formas da doença são contagiosas, e mesmo aquela forma contagiosa após a primeira dose do medicamento já não há mais risco de transmissão’’, garante.

O tratamento da hanseníase é feito por via oral com poliquimioterapia. Se a doença for classificada como paucibacilar o paciente terá que fazer uso de seis doses do medicamento em seis meses; e se for multibaciliar, são 12 doses em um ano. Todo o medicamento é distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Doença é caracterizada por manchas

‘‘Trabalhamos dando ênfase ao diagnóstico precoce porque se trata de uma doença dermatoneurológica, ou seja, além de atingir a pele, atinge também terminações nervosas, em alguns casos até troncos nervosos. O que pode gerar uma incapacidade física. Para evitar isso, trabalhamos com a população a divulgação dos sinais mais precoces da doença para que ao observarem procurem uma unidade de saúde’’, destacou Albanete.

Quando a doença não é tratada pode ser transmitida por vias respiratórias, através da tosse e espirro.

A hanseníase é caracterizada principalmente pelo aparecimento de manchas embranquecidas, avermelhadas ou marrons na pele; Diminuição da sensibilidade ao calor ou dor; Caroços e inchaços pelo corpo; Dor e sensação de choque; Áreas com diminuição dos pelos e do suor; Engrossamento do nervo que passa no cotovelo, levando à perda da sensibilidade ou diminuição da força no 5° dedo; Cortar-se ou queimar-se sem sentir dor.

Segundo a coordenadora, o Brasil é o segundo País do mundo com maior número de casos de hanseníase, só perde para a Índia. Rondônia ocupa o 5° lugar entre os Estados com mais casos da doença, sendo o primeiro lugar ocupado pelo Mato Grosso, 2° Tocantins, 3° Maranhão e 4° Pará.

Programa orienta agentes

Segundo o Programa Estadual de Controle da Hanseníase, em 2015 foram registrados 578 novos casos, 36 deles em menores de idade.

Já em 2016, dados parciais, apontam o registro de 460 novos casos, desses 21 em menores de 15 anos. Mas segundo a coordenadora, Rondônia vem avançando no controle da doença através do trabalho constante de criar estratégias e condições para reter o surgimento de novos casos através de um tratamento eficiente.

‘‘Uma ação fundamental é a sensibilização da população e também as capacitações. Nós temos o programa implantado nos 52 municípios e fazemos as capacitações constantemente, tanto de forma teórica quanto prática’’, disse a coordeandora.

O programa orienta os agentes comunitários de saúde que fazem a busca dos casos suspeitos. Também capacita médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem que compõem a equipe de estratégia de família.



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