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SAÚDE

Animais de estimação se tornam vítimas colaterais do coronavírus

Muitos viajaram no feriado do Ano Novo Lunar, assim como centenas de milhões de chineses, quase ao mesmo tempo em que apareceu a epidemia

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Publicado: 04/02/2020 às 10h53min

A quarentena imposta a Wuhan, cidade chinesa considerada epicentro da propagação do novo coronavírus, está causando vítimas colaterais: animais de estimação sozinhos, sem comida, enquanto seus donos são impedidos de voltar para casa.

Muitos viajaram no feriado do Ano Novo Lunar, assim como centenas de milhões de outros chineses, quase ao mesmo tempo em que a epidemia eclodiu. Nesse momento, as autoridades isolaram Wuhan do resto do país.

“Por favor, ajude a alimentar meu gato!” foi o pedido feito em 30 de janeiro por um usuário da rede de microblog Weibo (o equivalente chinês ao Facebook). O caso ilustra a preocupação de muitos “exilados”.

Nesta segunda-feira, ele contou, aliviado, que havia encontrado um rapaz que se ofereceu para alimentar Maomao. Segundo ele, quando o voluntário abriu a porta o gatinho “miou com grande tristeza. Ninguém estava em casa há mais de 12 dias”.

A partir daí, o dono de Maomao usou a hashtag “Salve os Animais de Estimação deixados em Wuhan”. A hashtag se tornou a terceira mais comentada no Weibo, com milhões de pedidos e consultas de quem não pode ir para casa e precisa de voluntários caridosos.

Voluntários

Um grupo criado pela Associação de Proteção de Pequenos Animais de Wuhan no fórum de discussão do aplicativo de mensagens gratuitas QQ na China tem o objetivo de mobilizar as pessoas que desejam alimentar os bichinhos. O app já conta com mais de 2.000 membros.

“Se seus gatos ou cães estão sozinhos e você me permite entrar (em sua casa), eu posso ajudá-lo a alimentá-los”, disse Katherine Cui, na província oriental de Zhejiang, onde também a cidade de Wenzhou entrou em quarentena no domingo. “Eu tenho muitos animais de estimação em minha casa e, portanto, muita comida e areia para gatos, sei muito bem a importância dessas bolas peludas”.

Esse movimento de ajuda nasceu depois que inúmeros relatos saíram na mídia sobre residências das quais animais de estimação foram expulsos para impedir a propagação da epidemia, enquanto outros alertam sobre o sacrifício de alguns pets. Não há confrimação sobre a veracidade desse tipo de informação.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou em sua conta do Weibo que “não há evidências de que cães, gatos ou outros animais de estimação possam adquirir o novo coronavírus”.

A informação é crucial em um país no qual a população de pets está aumentando. Os gastos dos chineses no setor alcançou 170,8 bilhões de yuans (US$ 23,7 bilhões) em 2018, segundo a Pet Fair Asia.

Fonte: EXTRA



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