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RONDÔNIA

Arcebispo Dom Moacyr é sepultado sob forte comoção em Porto Velho

Faleceu no início da noite da última segunda-feira (17), aos 83 anos, o arcebispo emérito de Porto Velho Dom Moacyr Grechi. Filho de..

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 20/06/2019 às 09h39min | Atualizado 20/06/2019 às 12h52min

Faleceu no início da noite da última segunda-feira (17), aos 83 anos, o arcebispo emérito de Porto Velho Dom Moacyr Grechi. Filho de Urivalde Grechi e de Eufêmia Pescador Grechi, nasceu em 19 de janeiro de 1936 em Turvo (SC). Tido no clero como um dos membros mais influentes, ele foi nomeado bispo de Porto Velho em 1998, ficando até 2012. Durante muitos anos morou em Rio Branco-AC, onde enfrentou a sanha do coronel Hildebrando Pascoal.
Em 1949, ingressou no Seminário da Ordem dos Servos de Maria, em sua cidade natal. Em 29 de julho de 1961, foi ordenado sacerdote. Em 17 de julho de 1972, foi escolhido para ser bispo da diocese de Rio Branco pelo papa Paulo VI.
Em 29 de julho de 1998, foi nomeado arcebispo de Porto Velho, tendo tomado posse em 8 de novembro de 1998. Aposentou aos 75 anos e foi substituído em 3 de março de 2012 por Dom Esmeraldo Barreto de Farias. Foi um dos criadores do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e da Comissão Pastoral da Terra, entidade que presidiu por oito anos.
Destacou-se pela defesa dos indígenas, dos seringueiros e dos trabalhadores rurais. Lutou pela punição dos assassinos de Chico Mendes, que conheceu pela atuação nas Comunidades Eclesiais de Base (CEB’s).
Fez denúncias contra Hildebrando Pascoal. Como arcebispo de Porto Velho, contribuiu para a criação da Faculdade Católica de Rondônia, da Comissão Justiça e Paz de Rondônia e para o fortalecimento dos Centros Sociais da Arquidiocese. Teve como lema: “O último de todos e o servo de todos”.
Foi membro delegado pela CNBB da Quinta Conferência Geral do Episcopado Latino-americano e Caribenho (Conferência de Aparecida), que aconteceu em maio de 2007, onde teve contato com Mário Jorge Bergóglio, então arcebispo de Buenos Aires, que futuramente seria o papa Francisco. Nos fins de tarde, diariamente, apresentava um programa na Rádio Caiari em Porto Velho.

Morte
Dom Moacyr Grechi, arcebispo emérito da Arquidiocese de Porto Velho faleceu na segunda-feira (17). Ele estava internado no Hospital 9 de Julho, na capital, e foi vítima de choque séptico (broncoaspiração).
A notícia da morte de Dom Moacyr Grechi pegou a todos de surpresa e trouxe muita comoção. Dom Moacyr era o mais antigo representante da igreja católica em Porto Velho. Todos o admiravam por seu amor pela igreja e pelo próximo. Dom Moacyr sempre se mostrou preocupado com as causas sociais, com a vida dos pequenos e dos pobres.

Sepultamento
Uma série de celebrações e homenagens foram realizadas entre os dias 18 e 19, durante a vigília de corpo presente de Dom Moacyr Grechi, na Catedral Sagrado Coração de Jesus, em Porto Velho. A missa de corpo presente do Bispo Emérito, realizada ontem (19), às 9h, foi a última homenagem antes do sepultamento. Bispos de outras arquidiocese de Rondônia e de outros estados, padres, seminaristas, familiares, amigos e centenas de fiéis acompanharam o último adeus a Dom Moacyr Grechi.
A missa de despedida foi marcada por sentimentos de gratidão e de fé. Padres, amigos e familiares relataram em poucas palavras quem foi Dom Moacyr e um pouco de sua caminhada na vida Cristã. Foram momentos de muita comoção. Lágrimas escorrendo dos olhos, cabeças baixas, olhares fixos no altar e salva de palmas foram alguns dos gestos mais marcantes dos fiéis.
Após a missa, o corpo do arcebispo emérito Dom Moacyr Grechi foi sepultado na Catedral Sagrado Coração de Jesus. “Dom Moacyr foi um pastor que gastou a vida pela igreja na Amazônia. Foi um homem comprometido com a palavra de Deus. Um homem que sempre olhou para os mais necessitados”, disse o bispo da arquidiocese de Porto Velho, Dom Roque Paloschi.
“O que mais se destacava nele era a simplicidade, a humildade, o amor em servir e ajudar os menos favorecidos, como os povos indígenas, e toda a trajetória dele como pastor da igreja. Ele foi uma pessoa muito importante para nós”, disse a fiel frequentadora da Paróquia São João Bosco, Vera Afonso.
“Ele foi aquela figura que me acompanhou em todo o meu processo formativo para ser padre. Pelo menos os sete primeiros anos de seminário sempre nos acompanhou. Era um pastor sempre muito próximo”, disse o padre Jeferson Rodrigo.
“Para mim ele foi um grande pastor e a missão dele continua em nós. Temos que levar todo o legado que ele nos ensinou, como a missão de ajudar os mais pobres, os humildes. O nosso coração está triste com sua partida, mas o céu se alegra com a chegada dele”, disse a leiga Eugênia Costa.



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