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RONDÔNIA

Área de risco volta a ser ocupada

A área havia sido desocupada e os moradores transferidos para outros locais.

Por Ana kézia Gomes Diário da Amazônia
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Publicado: 04/01/2018 às 07h00min

Mesmo depois de transferidas para outras áreas de Porto Velho, várias famílias voltaram a ocupar o antigo bairro da Balsa

O mapa de manchas de inundação do Ministério da Integração detectou a região do bairro da Balsa, próxima à ponte do rio Madeira, como área de risco de inundação. Por conta disso o local foi proibido de funcionar como área residencial. De acordo com a Defesa Civil Municipal, quando o rio ultrapassa 14 metros a área já é atingida e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) entregou, em 2015, um condomínio habitacional, na margem esquerda do rio Madeira, na BR -319, contendo 168 casas, com água, tratamento de esgoto, energia e asfalto, para abrigar as famílias da região em novas áreas caracterizadas como mais seguras. Já os que se inscreveram no programa ‘Minha Casa, Minha Vida’ passaram a morar, em 2017, no conjunto Habitacional Orgulho do Madeira, na zona Leste de Porto Velho.

O Diário da Amazônia esteve no bairro da Balsa e percebeu que algumas famílias retornaram para a área de risco. Conforme apurado, esse retorno está ocorrendo porque para os moradores a situação não é apenas de realocação, mas a transferência das famílias modifica totalmente o estilo de vida estabelecido. “Meu restaurante funciona em função dos motoristas das empresas de transporte de grãos que passam por aqui”, explicou um pequeno empresário, salientando que tem consciência dos riscos que está sujeito. “Aqui temos problemas com a falta de segurança, que acaba abrindo espaço para assaltos, e como se não bastasse temos a invasão de animais como cobras e até capivaras”.

Moradores alegam questões de ordem econômica

“Moro há 20 anos nesse bairro, eu até já pensei em me mudar, mas se eu sair daqui perco meu trabalho, não tem como eu me afastar daquilo que é fonte do sustento da minha família”, disse um morador que trabalha como mecânico de embarcações. “Sou taxista fluvial, minha vida está construída na beira desse rio e mesmo que eu quisesse me mudar não tenho para onde ir”, destacou outro morador do bairro. A falta ou inadequação de moradias no Brasil é uma triste realidade. No levantamento mais recente da Fundação João Pinheiro, a Região Norte possui 156.875 habitações caracterizadas como precárias. Só no estado de Rondônia esse número é de 156.875, ou seja 31,5% das residências.



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