A justiça propôs a suspensão da greve por sessenta dias, fato que gerou insegurança para a classe trabalhadora
Depois da audiência de conciliação do Dissídio Coletivo de Greve realizada na tarde da última segunda-feira (6), no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), os trabalhadores do transporte coletivo mantiveram a greve na capital. O Sindicato vai se reunir hoje com os trabalhadores para decidirem o futuro da greve. As empresas permanecem com 80% da frota em circulação nos horários de pico e 50 % nos horários de interpico.
A justiça propôs a suspensão da greve por 60 dias, fato que gerou insegurança para a classe trabalhadora que esperava uma mediação entre eles e as empresas “todos foram ouvidos separadamente e no final fomos chamados. A juíza sugeriu que suspendêssemos a greve por 2 meses, pois o cenário estaria melhor para buscarmos uma negociação, ou com essas empresas ou com a empresa que entrasse”, explicou Edilson Pereira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores das Empresas de Transporte Coletivo Urbano (Sitetuperon).
O Sitetuperon convocou uma assembleia hoje na sede do sindicato, às 09h30 e as 15h30, com os trabalhadores, para discutirem se continuam ou suspendem a greve. “Até o momento está indefinido o que vamos fazer” disse Edilson. O presidente informou que após a assembleia de hoje terão que voltar no TRT para darem uma posição sobre o que os trabalhadores decidiram.
A Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (Semtran) informou que vai continuar fazendo a fiscalização diariamente enquanto durar a greve “Temos funcionários em diversos pontos da cidade, conferindo se o serviço está sendo executado como deve ser feito” enfatizou Carlos Guttemberg. Segundo ele não basta que as empresas coloquem os ônibus nas ruas, é necessário conferir se os veículos estão fazendo todo o percurso, conclui ele. O secretário ainda afirmou que a população não está sendo prejudicada com a greve, pois o número máximo de carros a menos circulando nas ruas não deve ser superior a 5. “Eles podem até estar fazendo uma operação tartaruga, mas no geral estão trabalhando igual antes, não é uma questão de falta de ônibus. Na verdade essa greve não é tão ruim, mas acredito não tem porque se manter por muito tempo”.
Diversos ônibus quebrados
De acordo com dados da Semtran do total geral de ônibus das empresas, vários deles já não circulam mais por causa da falta de manutenção ou porque estavam quebrados mesmo. Guttemberg informou que a Três Marias Transportes possui 86 carros e a empresa de Transporte Coletivo Rio Madeira 84. Desse total, hoje, saíram 70 veículos da Três Marias no horário de pico e 65 da Rio Madeira no mesmo horário. Como a determinação é de 80% a empresa Três Marias colocou nas ruas 2 ônibus a mais do que o previsto, e a empresa Rio Madeira colocou dois carros a menos circulando pela cidade.
A equipe de reportagem do Diário entrou em contato com as empresas Três Marias Transportes e Transporte Coletivo Rio Madeira para confirmar os dados fornecidos pelo secretário da Semtran, mas até o fechamento da edição não conseguiu retorno.
