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RONDÔNIA

Associação Comercial não aceita o fechamento do comércio e teme perda de empregos

Ministério Público expediu recomendação ao prefeito de Porto Velho para manter o distanciamento social

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Publicado: 23/06/2020 às 10h02min

Associação Comercial de Rondônia (ACR), em nota assinada na manhã desta segunda-feira (22), pontuou que não aceita o fechamento do comércio e teme perda de postos de trabalho. A manifestação ocorre dois dias após o Ministério Público Estadual expedir recomendação ao prefeito de Porto Velho, Hildon Chaves (PSDB), para manter o distanciamento social em função do aumento de casos de coronavírus na capital do Estado. Os números na capital já passam de 9.400 pessoas infectadas.

Associação Comercial não aceita o fechamento do comércio e teme perda de empregos

“Reivindicamos que é preciso entender que a pandemia afeta tanto à saúde, quanto a economia. E salvar vidas não é optar por uma ou outra e sim cuidar das duas. Estamos sim preocupados com a saúde, mas, também com os empregos. É preciso que o comércio fique aberto com as precauções e protocolos imprescindíveis. Manter o comércio aberto também é salvar vidas”, diz trecho da nota.

Veja a nota oficial completa

NOTA OFICIAL

A Associação Comercial de Rondônia-ACR, em conjunto com as lideranças empresariais de nosso Estado, considerando que:

1) Os empresários de Rondônia, em especial do comércio, têm, por meio de suas empresas e entidades representativas, desd’o começo da crise do covid-19 feitos inúmeras ações, como equipar hospitais, distribuir máscaras e procurar educar a população, entre outras, para minimizar os impactos da pandemia;

2) Sempre estivemos abertos a uma discussão de alternativas para minimizar os efeitos da crise, como instituir um horário único ou limitar o número de clientes atendidos, além, de estabelecer protocolos, sinalização do distanciamento e necessidade do uso de máscaras;

3) Levando em consideração o decreto governamental existente com a previsão de abertura de 120 leitos do Hospital Regina Pacis, sendo 12 UTIs, 55 novos leitos do Centro de Reabilitação de Rondônia – CERO e 10 novos leitos de UTIs contratados pela Prefeitura ao Hospital do Amo. Porto Velho está atendendo os 80% previstos;

4) Desde 20 de março, quando se editou o Decreto de Calamidade Pública, já se passaram mais de 90 dias, com efeitos imensamente nocivos as empresas, em especial as micros e pequenas, e nos empregos, onde se calcula que mais de 45 mil pessoas, foram dispensadas. Até quando continuaremos quebrando empresas, demitindo pessoas, impedindo as pessoas de ganhar o pão de cada dia, o seu sustento?

5) Acrescente-se que se as pessoas têm medo de pegar covid-19 não sairão de casa, independente das regras existentes. Os empresários, cônscios do seu papel, não reclamaram do lockdown inicial por ser muito importante para tornar a crise gerenciável, mas, passado tanto tempo, com os efeitos cada vez mais negativos, no emprego e na renda, entendemos que a retomada da economia depende muito da percepção da gravidade do vírus pela população. E o que nós temos visto é que existe mais críticas das pessoas que não aceitam a retomada do que uma quantidade, realmente, grande de pessoas nas ruas. O fato real é que mesmo com o comércio aberto as pessoas não voltam a comprar imediatamente. Seja porque, com receio mesmo, ficam em casa, seja porque perderam renda. Nós sabemos disto porque o fluxo de pessoas e de recursos, mesmo com a abertura, é muito menor.

É, portanto, a partir dessas considerações que defendemos que não é possível, nem viável, aceitar o fechamento continuado do comércio sem uma perspectiva de futuro. Grande parte das pessoas estão sofrendo com perda de empregos, de renda e sem condições de ficar em casa. Nós, empresários, temos advogado, e mantido, os grupos de risco em casa, temos tomado as precauções possíveis, insistido no uso da máscara e do distanciamento social e, inclusive, solicitado as autoridades federais, estaduais e municipais medidas para minimizar os impactos da pandemia. Mas, reivindicamos que é preciso entender que a pandemia afeta tanto à saúde, quanto a economia. E salvar vidas não é optar por uma ou outra e sim cuidar das duas. Estamos sim preocupados com a saúde, mas, também com os empregos. É preciso que o comércio fique aberto com as precauções e protocolos imprescindíveis. Manter o comércio aberto também é salvar vidas. (Valor e Mercado)



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