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Diário da Amazônia

Bancários cruzam os braços por uma hora em protesto contra MP

Protesto manifestação foi em protesto ao chamado “contrato verde e amarelo” do governo federal

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Publicado: 22/11/2019 às 08h45min | Atualizado 22/11/2019 às 08h49min

Foto: Caco Argemi/SindBancários

Os trabalhadores dos bancos públicos e privados de Rondônia paralisaram suas atividades e retardaram o atendimento ao público em uma hora, em todas as agências, ontem, 21/11. O protesto fez parte do Dia Nacional de Luta contra a Medida Provisória 905/2019, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro no último dia 11, e que é considerada mais uma ‘reforma trabalhista’ que atinge duramente direitos dos bancários e de inúmeras outras categorias profissionais.

Em reunião ocorrida no dia 14, no Rio de Janeiro, com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), o Comando Nacional dos Bancários havia conseguido segurar a implantação da Medida até que seja concluída a negociação com a representação da categoria, marcada para o próximo dia 26, terça-feira, em São Paulo.

A MP 905 – que está sendo chamada de Programa Verde e Amarelo é vista pela categoria como sendo uma exigência dos bancos para atacar direitos dos bancários assegurados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Como prova, os bancários apontam que, além do aumento da jornada de trabalho e da permissão de trabalho aos sábados, a MP vai permitir a negociação da Participação nos Lucros ou Resultado (PLR) sem a participação das entidades sindicais (amplia o número máximo de parcelas, de duas para quatro, ao longo do ano, caminhando para transformar a PLR em parcela variável cada vez maior do salário).

Para a categoria a medida vai estimular a demissão de trabalhadores antigos — que possuem salários assegurados na CCT — pela contratação de trabalhadores recebendo bem menos, pelo chamado “contrato verde e amarelo”.

“Estamos falando do segmento econômico que teve mais de R$ 50 bilhões de lucro líquido nos seis primeiros meses deste ano, os cinco maiores bancos. E mesmo assim é o setor que fecha agências e demite os trabalhadores indiscriminadamente, fecha as portas para os clientes, para toda a sociedade. Os bancos empurram os clientes para que eles mesmos, por via digital, façam o trabalho do bancário, e ainda paguem altas taxas para os bancos. Banqueiro não tem coração, ele tem um cofre no peito”, afirma o sindicalista José Pinheiro.



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