O governo e deputados, confiantes de que a segunda denúncia contra o presidente Michel Temer será rejeitada na próxima quarta-feira pelo plenário da Câmara, já articulam a agenda para o dia seguinte, mas divergem sobre as prioridades. Enquanto o Palácio do Planalto dá preferência para propostas que ajudam a fechar as contas públicas, a maioria impopular, parlamentares buscam impor uma agenda própria, com forte apelo na sociedade, como projetos ligados à área da segurança pública.
Na sexta-feira, Temer cumpre agenda em Rio Brando (AC) quando discutirá a segurança nas fronteiras, durante reunião do Fórum de Governadores Brasil Central, do qual participa também o governador de Rondônia, Confúcio Moura (PMDB). Moura e o governador do Acre, Tião Viana (PT), fizeram o convite ao presidente há duas semanas.
Líderes dos principais partidos da base aliada descartam votar matérias consideradas impopulares a menos de um ano para as eleições de 2018, quando eles tentarão renovar seus mandatos. Citam o aumento de alíquota da contribuição previdenciária para servidores e o adiamento do reajuste do funcionalismo público.
Esses pontos devem ser tema de duas medidas provisórias (MP) que o governo pretende enviar à Câmara logo após a votação da segunda acusação formal contra o presidente – por organização criminosa e obstrução da Justiça. A aprovação da reforma da Previdência também é dada como improvável na atual legislatura, mesmo que seja um texto mais enxuto. Juntos, esses partidos contam com pelo menos 240 dos 513 deputados.