Devido às características únicas do rio Madeira, que além de transportar em suas águas muito sedimento sólido, também transporta à estrutura da hidrelétrica e, ao mesmo tempo, permitisse a transposição desse material pela barragem, garantindo a continuidade do ciclo natural desses troncos e galhadas que dessem até o rio Amazonas. Isso fez com que fosse desenvolvido um mecanismo que garantisse a geração e a entrega da energia não seja interrompida.
Para evitar que as madeiras cheguem até as grades das tomadas d’agua da usina, engenheiros e técnicos da Santo Antônio Energia, juntamente com empresas especialistas idealizaram e desenvolveram projeto, e instalaram barreiras flutuantes, tipo log boom, por meio de boias, interligadas por estruturas em aço, ancoradas em blocos e pilares de concreto dentro do reservatório. Tais instalações tiveram início em 2011 e somente no ano passado foram concluídas todas as etapas de acordo com o cronograma prévio, que acompanhou a entrada gradual das 50 turbinas da hidrelétrica.
Essas estruturas têm o principal objetivo de proteger as turbinas e, desta forma, garantir que elas permaneçam gerando energia ao País, sem prejudicar os equipamentos que poderiam ser atingidos por troncos que descem o rio principalmente na época da cheia.
O Sistema de Manejo de Troncos (de SMT) é composto por uma série de boias preenchidas com poliuretano, numa extensão de 5.800 metros, interligadas umas às outras por painéis metálicos, que por sua vez formam linhas de proteção e ficam ancoradas em varias estruturas de concreto no reservatório da hidrelétrica. Estas boias ficam fixadas em estruturas em formato de gaiolas que suportam o peso das grades metálicas podendo alcançar até quatro metros de profundidade a partir do nível d’agua.
Diariamente é feito trabalho preventivo de manutenção na estrutura do log boom que consiste na retirada de troncos, galhos e vegetação que ficam presos na estrutura. O material é direcionado para um local que permite a transposição denominado vertedouro de troncos e desta forma, devolvendo ao rio Madeira e garantindo o ciclo de vida destes materiais carreados pelo rio.