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Diário da Amazônia

Bolsa cai 1,3% e tem menor pontuação em duas semanas; dólar vai a R$ 2,57

Após ter registrado na véspera sua maior queda diária em dois meses, o principal índice da Bolsa brasileira voltou a fechar no vermelho..

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Publicado: 02/12/2014 às 17h25min | Atualizado 27/04/2015 às 03h34min

Após ter registrado na véspera sua maior queda diária em dois meses, o principal índice da Bolsa brasileira voltou a fechar no vermelho nesta terça-feira (2). Papéis de produtores de matérias-primas, como Petrobras e Vale, deram força ao movimento negativo, na esteira da baixa recente nos preços dos metais e do petróleo no exterior.

O Ibovespa teve desvalorização de 1,27%, para 51.612 pontos -menor pontuação desde 17 de novembro, quando atingiu 51.256 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,108 bilhões. A Petrobras, envolvida em escândalos de corrupção, viu sua ação preferencial (sem direito a voto) cair 1,54%, para R$ 12,13 -menor cotação no ano.

A agência de classificação de risco Fitch Ratings afirmou nesta terça que as alegações de escândalos de corrupção na Petrobras podem prejudicar a qualidade de crédito da companhia, por afetar o aumento da produção, o acesso a mercados de capitais de dívida e multas.
“O alerta da Fitch não trouxe novidade. A agência de risco só citou o que tem acontecido com a Petrobras, e é natural seu posicionamento. Além disso, é esperada uma melhora na governança da companhia no futuro. Por isso, uma ‘crise do preço do petróleo’ afeta mais, neste momento, o papel da petroleira”, diz James Gulbrandsen, da NCH Capital.

“A queda nos preços das commodities, especialmente do petróleo e do minério, acaba influenciando bastante nossas grandes companhias e, consequentemente, a Bolsa brasileira. O mercado nacional também sofre com rumores de uma possível tributação sobre dividendos [parte do lucro das empresas distribuída aos acionistas]”, diz diz William Araújo, executivo da equipe de análise da Um Investimentos.

A mineradora Vale, que vem sendo pressionada pela constante queda nos preços do minério no exterior e aumento da oferta da matéria-prima, viu sua ação preferencial fechar a terça-feira (2) em baixa de 2,40%, para R$ 18,74. Na última segunda-feira, o papel já havia cedido 4%.
De acordo com André Moraes, analista da corretora Rico, há um movimento de aversão do investidor -principalmente estrangeiro- em relação à economia brasileira. “Os investidores estão tirando dinheiro do Brasil muito por causa da indefinição em torno de como serão feitos os ajustes [econômicos]. Há boatos de todos os tipos: de que os dividendos serão taxados, de que haverá aumento de impostos. Isso assusta.”

As medidas que o governo deve adotar, segundo Eduardo Velho, economista-chefe da gestora de investimentos Invx Global, no curtíssimo prazo são negativas, e isso se reflete na Bolsa. “Não vejo uma saída forte de investidores, mas sim uma migração para o mercado de renda fixa, de juros pós-fixados. O mercado sabe que será um período difícil, com impacto gradual na melhora das contas públicas, e prefere aguardar passar essa turbulência.”

CÂMBIO

No câmbio, o anúncio de leilão de linha de crédito -operação de empréstimo de dólares das reservas brasileiras que atende a uma demanda principalmente de exportadoras- pelo Banco Central não ajudou a conter o avanço da moeda americana. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 0,78%, para R$ 2,575. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, teve alta de 0,58%, para R$ 2,574.

O Banco Central realizou leilão de linha de crédito de US$ 1 bilhão para injetar recursos novos no mercado. Os leilões de empréstimos feitos em 2014 tiveram como objetivo apenas renovar linhas de crédito concedidas no ano passado. São operações em que o BC vende a moeda estrangeira, mas com a obrigação, por parte de quem toma o empréstimo, de devolver o dinheiro após um determinado período.

Os empréstimos atendem a uma demanda de fim de ano por dólares, principalmente de exportadores. O BC não informou se esses leilões serão semanais em dezembro deste ano, como foram no final do ano passado. Em 2013, o BC chegou a emprestar mais de US$ 15 bilhões, dois terços desse valor nos três últimos meses do ano.

Ainda nesta terça (2), o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no câmbio, vendendo 4.000 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Todos os contratos vendidos vencem em 1º de setembro de 2015 e correspondem a US$ 197,4 milhões. A autoridade monetária também ofertou contratos para 1º de junho de 2015, mas não vendeu nenhum.

Além disso, o BC fez leilão de rolagem dos swaps que vencem em 2 de janeiro. A autoridade monetária vendeu 10.000 contratos, equivalentes a US$ 9,827 bilhões. Até agora, a autoridade monetária já rolou cerca de 10% do lote total com prazo para o segundo dia do mês que vem.



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