Em um cenário preocupante, o Brasil enfrenta um surto de dengue com mais de 217 mil casos registrados nas primeiras quatro semanas de 2024, revela Ministério da Saúde.
Segundo dados atualizados nesta terça-feira (30), o país experimentou um aumento significativo, quase quintuplicando as notificações em comparação ao mesmo período de 2023, que registrou 44.752 casos.
O painel de monitoramento de arboviroses do governo também apontou 15 mortes pela doença neste ano, com 149 óbitos ainda em fase de investigação. A dengue é considerada a arbovirose urbana mais prevalente nas Américas, sendo transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti.
O Brasil, historicamente, enfrenta maior transmissão da doença nos meses mais chuvosos de cada região, geralmente de novembro a maio.
Em dezembro do ano passado, o Ministério da Saúde anunciou a inclusão da vacina Qdenga contra a dengue no Sistema Único de Saúde (SUS). A ministra, Nísia Trindade, afirmou que a imunização começaria em fevereiro deste ano.
Recentemente, o Ministério divulgou a lista das cidades contempladas, totalizando cerca de 500 municípios em 16 estados, priorizando aqueles com maior risco de transmissão. Diante da escassez de doses, o governo estabeleceu como público-alvo os adolescentes de 10 a 14 anos, grupo mais vulnerável a internações por dengue.
A Qdenga (TAK-003), desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda Pharma, foi aprovada pela Anvisa em março de 2023. O imunizante, contendo vírus vivos atenuados da dengue, proporciona resposta imunológica contra os quatro sorotipos do vírus. O esquema de aplicação consiste em duas doses, com intervalo de três meses entre elas.