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Diário da Amazônia

Centro de referência atende mulheres

Pelo menos 158 mulheres com problemas na gravidez receberam assistência.

Por Assessoria
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Publicado: 17/02/2018 às 06h40min

Atendimento no Centro de Referência prioriza mulheres com distúrbios na gravidez ou doença trofoblástica

Eram 121 mulheres em 2017, são 158 neste início de ano. A saúde pública estadual atende em ambulatório mulheres acometidas por mola hidatiforme no Centro de Referência de Doença Trofoblástica de Rondônia (Centrogesta), que funciona no Hospital de Base Dr. Ary Pinheiro. Mola hidatiforme [do grego-latino molar, massa e hydatisiaforme, aquosa] gestacional é um distúrbio da gravidez em que a placenta e o feto não se desenvolvem adequadamente.

Em sua forma mais comum, a mola acomete uma em cada 200 a 400 gestações no Brasil, ou seja, cinco a dez vezes mais frequente do que na América do Norte e na Europa. “O ambulatório evita que a doença evolua para câncer (coriocarcinoma) e cause a morte de mulheres em idade fértil”, explicou a médica coordenadora do Centrogesta, médica ginecologista Rita de Cássia Alves Ferreira da Costa. As células do embrião formam sacos de líquidos. O tumor trofoblástico gestacional. Molas são detectadas por ecografia.

Rita de Cássia lembra que o pioneiro nessa área foi o professor doutor Paulo Belfort, na 33ª enfermaria na extinta Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro. “Perpetuamos com muito orgulho o trabalho dele”, disse. Ela participou de 10 a 13 de outubro de 2017 do congresso promovido pela Sociedade Brasileira de Doenças Trofoblásticas Gestacionais. Atualmente, representa a região norte na Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. “Podemos melhorar, e não precisamos muito, basta que percebam a importância deste trabalho”, explicou Rita de Cássia.

Rose Britto, psicóloga da equipe, viaja para Cacoal e Rolim de Moura para sensibilizar as regionais de saúde a ouvir explicações a respeito da doença e notificação de casos. O resgate de pacientes para a continuidade do tratamento também é importante, destacou a psicóloga. “Pelo índice de cura elevado, em torno de 80%, mesmo em casos de doenças quimioresistentes ou recidivada, conforme estudos”, assinalou.

Desde o início do atendimento a gestantes nessa situação, em setembro de 2014, nenhuma mulher morreu. “Felizmente, o tratamento e o manejo possibilitam que elas sejam mães de bebês saudáveis”, ela comemora. É uma boa notícia, no meio de tantas situações ruins causadas por diversas doenças que interferem diretamente nas famílias das vítimas.

Gravidez recebe atenção

A gravidez molar segue merecendo a atenção de especialistas no HB, para onde convergem mulheres de Rondônia, do Acre, Amazonas e Mato Grosso, e até da Bolívia.

A maior parte das atuais pacientes com mola segue em tratamento. Há pacientes em quimioterapia no Hospital São Pelegrino.
Casos de mola invasiva se desenvolvem em menos de uma em cada cinco mulheres que tiveram mola completa removida. O risco de desenvolver mola invasiva nessas mulheres aumenta: 1) se existir um grande intervalo de tempo (mais de quatro meses) entre o último período menstrual e o tratamento; 2) o útero aumentou muito de tamanho; 3) a mulher tem mais de 40 anos; 4) se teve teve doença trofoblástica gestacional no passado.



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