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Diário da Amazônia

Comissão abre processo contra dez ministros

Depois de reclamar de trabalho escravo, ministro pediu reembolso indevido de passagem.

Por O Globo
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Publicado: 28/11/2017 às 06h15min

Ministra Luislinda Valois cobrou do governo o reembolso do valor de viagem paga por entidade

A Comissão de Ética da Presidência (CEP) abriu processos contra dez ministros e o presidente da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Após reunião ontem, o colegiado também vai apurar condutas de Antônio Andrade, atualmente vice-governador de Minas Gerais, e Antônio Palocci e Mário Negromonte, ambos ex-ministros. A comissão tem caráter de recomendação e, na sanção mais dura, recomenda a exoneração de ministros.

Nove ministros terão dez dias para explicar à comissão se privilegiaram os Estados de origem em viagens oficiais, conforme matéria da “Folha de S. Paulo”. Foram abertos processos contra os ministros: Helder Barbalho (Integração), Ricardo Barros (Saúde), Ronaldo Nogueira (Trabalho), Marcos Pereira (Indústria e Comércio), Gilberto Kassab (Ciência e Tecnologia), Leonardo Picciani (Esportes), Mendonça Filho (Educação), Osmar Terra (Desenvolvimento Social) e Sarney Filho (Meio Ambiente).

O colegiado investigará também a ministra dos Direitos Humanos, Luislinda Valois, por ter cobrado do governo uma viagem totalmente paga por uma entidade. De acordo com matéria do “R7”, Luislinda passou cinco dias em Israel em junho e foi integralmente custeada pela Confederação Israelita do Brasil (Conib).

O presidente da EBC, Laerte Rímoli, será questionado pela CEP por postagens supostamente racistas no Facebook, de acordo com uma denúncia anônima. Já o presidente da Eletrobras teve processo concluído e recebeu uma advertência por ter usado “termos depreciativos” em relação a empregados da estatal em uma reunião.

Dois ex-ministros também terão de se explicar à comissão por conta de citações em delações. Antônio Palocci, ex-ministro da Fazenda e da Casa Civil, teria favorecido empresas interessadas nas obras da usina da Belo Monte, segundo delação de Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade Gutierrez.

Já Mário Negromonte, ex-ministro das Cidades, teria recebido R$ 25 milhões para beneficiar empresas do setor de rastreamento de veículos, de acordo com delação de Alberto Youssef. O ex-ministro da Agricultura e atual vice-governador de Minas Gerais, Antônio Andrade, foi acusado por Lúcio Funaro de ter recebido R$ 4,5 milhões para favorecer a JBS.



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