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Diário da Amazônia

Vilhena: Correios, bancos e frigorífico estão em greve

              Os carteiros do município de Vilhena entraram em greve na manhã de ontem. De acordo com..

Por Portal SGC
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Publicado: 03/10/2014 às 12h57min | Atualizado 28/04/2015 às 12h07min

Classe dos carteiros avisou que só retorna ao trabalho após déficit de profissionais no municípío ser recuperado

Classe dos carteiros avisou que só retorna ao trabalho após déficit de profissionais no municípío ser recuperado

 

 

 

 

 

 

 

Os carteiros do município de Vilhena entraram em greve na manhã de ontem. De acordo com os líderes do movimento, a reinvindicação é a mesma da última paralisação que aconteceu em julho deste ano: contratação de mais agentes de rua para dar conta das correspondências nas casas e empresas da cidade. Este é o único pedido dos manifestantes, que anunciaram o fato de a paralisação ser por tempo indeterminado, até que a diretoria da empresa resolva o problema. O carteiro Cesar Saraiva e o delegado sindical da categoria, Alessandro Ribeiro, explicaram que os Correios têm um sistema que calcula o número de habitantes com a média de correspondência destinada ao município, para obter a quantidade de carteiros necessária na rua. “Há um ano e meio estávamos precisando de uma equipe com 18 servidores. A cidade cresceu, aumentaram os bairros e ainda permanecemos com a mesma quantidade de profissionais”, disse Cesar Saraiva.=

A equipe de carteiros é formada por 15 profissionais, e o Sistema de Distritamento (SD) que é o equipamento que calcula a quantidade de membros por equipes nas cidades, ainda aponta déficit de entregadores em Vilhena, que é o único município do estado de Rondônia que está fazendo greve. Esta é a segunda paralisação em menos de dois meses cujo objetivo é solucionar o problema de defasagem na equipe. Cesar Saraiva disse, ainda, que os Correios têm a prerrogativa de remanejar servidores do quadro entre as agências, sem a necessidade de fazer um concurso público. “Há funcionários que podem ser remanejados, e a empresa não faz isso. Não entendemos a razão do impasse”, acrescentou Saraiva. A primeira paralisação da categoria a respeito do assunto (em julho deste ano) foi abortada em poucas horas por conta de um entrave burocrático. “O problema não foi resolvido, e agora estamos amparados pela lei para ficar de braços cruzados o tempo necessário para a resolução deste impasse”, reiterou Cesar Saraiva. A equipe de reportagem do Diário da Amazônia tentou contato com a superintendência dos Correios na Capital do Estado, Porto Velho, porém até o fechamento desta edição não obteve retorno.
Mesmo tendo a certeza de que os dias de greve serão descontados de seus salários, manifestantes foram unânimes ao dizer que só retomam as atividades após as reinvindicações serem atendidas pela diretoria.

A agência do BB em Vilhena recebendo os cartazes

A agência do BB em Vilhena recebendo os cartazes

Agências de vilhena, colorado e cerejeiras aderem ao movimento

Na avenida Major Amarante, do outro lado, onde estão as agências bancárias há dezenas de cartazes que apresentam em letras garrafais os dizeres “estamos em greve”. A paralisação dos bancários, que começou na terça-feira, ganhou adesões da maioria absoluta das agências vilhenenses. Os servidores do Banco do Brasil, HSBC, Bradesco e Caixa Econômica Federal estão em frente dos bancos em protesto por melhorias salariais e também trabalhistas. Apenas as agências dos bancos Itaú e Basa permanecem com suas atividades normais.
Em conversa com a equipe de reportagem do Diário, na manhã de ontem, o líder sindical José Luiz Paulúcio, ressaltou que é comum os servidores da agência esperarem por algumas horas para aderirem aos movimentos grevistas. Em relação às agências que não participam, até o fechamento desta edição, da greve nacional, o representante do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro do Estado de Rondônia (Seeb-RO) em Vilhena ressaltou que os servidores estão receosos com as represálias que irão sofrer após o término das manifestações.
Segundo Paulúcio, as agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal de Colorado do Oeste e Cerejeiras também aderiram à manifestação nacional. Em Cabixi e Corumbiara, onde também há agências bancárias, os trabalhos continuam por conta do baixo número de servidores.

Frigorífico parado em são miguel 

Os funcionários do frigorífico da JBS Friboi de São Miguel do Guaporé estão desde o dia último dia 11 paralisados.Na tarde de segunda-feira, representantes da JBS Friboi e do Sindicatos dos Trabalhadores na Indústria da Alimentação (Sintra-Intra) e da Central Única dos Trabalhadores (CUT) tentaram novamente um acordo, mas não chegaram a um entendimento.
A comissão do Sindicato e dos trabalhadores relatou várias irregularidades relativas à segurança do trabalho; problemas com o cartão de pontos e, principalmente, tratamento desigual em relação a outros frigoríficos da JBS Friboi no Estado, como o de Vilhena, em relação ao valor do piso salarial, do auxílio alimentação e do trabalho aos sábados.

As reivindicações principais são: índice 7%, piso salarial de R$ 850,00, auxílio alimentação de R$ 180,00 e não trabalho aos sábados. A empresa apresentou inicialmente apenas um reajuste linear de 6,5%, estabelecendo um impasse.
A JBS Friboi apresentou a seguinte proposta: 1º – cesta básica no valor de R$ 135,00; 2º -auxílio creche de R$ 85,00, limitada ao retorno da licença maternidade até os seis meses de idade da criança; 3º – aumento do salário base de 6,5%, retroativo a agosto/2014; 4º – piso salarial de R$ 771,06. A empresa se comprometeu em fornecer uma ambulância para atender aos trabalhadores do frigorífico de São Miguel. Para os funcionários duas questões são importantes para um acordo: o não trabalho aos sábados, igual em Vilhena, que a empresa se recusa a aceitar e estabilidade de 90 dias para os grevistas, que ainda está em discussão. A decisão sobre o desconto ou não dos dias parados ficará suspensa até a finalização do acordo ou retomada do dissídio.

A indignação maior dos trabalhadores é que a Unidade do JBS em São Miguel é a segunda mais rentável do Estado, com mais de 800 abate de gado por dia, sendo que o impacto financeiro com auxílio alimentação por exemplo irá representar apenas uma carga de gado.
Conforme o presidente Sintra-Intra, Marcos Cardoso dos Santos, o Sindicato protocolou no Ministério Público do Trabalho em Ji-Paraná diversas denúncias, dentre elas, assédio moral, com coação para voltar ao trabalho. (LEANDRO QUIRINO)



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