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PLANTÃO DE POLÍCIA

Detentas convivem com ratos no Presídio feminino da Capital

O presídio abriga 130 detentas, mas só tem 79 vagas e ainda comporta um berçário para presas gestantes e com filhos em fase de amamentação.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 15/03/2018 às 14h20min | Atualizado 15/03/2018 às 16h10min

Foto: Reprodução

Há muito tempo servidores e presas convivem com ratazanas e outras pragas no Presídio Feminino de Porto Velho (RO). Segundo detentas que cumprem pena na unidade prisional, elas estão sendo atacadas e até mordidas pelos roedores. A denúncia foi feita pelo presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários e Socioeducadores do Estado de Rondônia (Singeperon), Ronaldo Rocha, que gravou um vídeo mostrando os animais entrando no pátio do presídio e circulando tranquilamente pelas celas.

Segundo as detentas, a infestação de roedores na unidade ocorre a muito tempo.

Uma presa que não quis se identificar, conta que por várias vezes as detentas acordaram assustadas com ratos passando por cima delas e que algumas já foram até mordidas. “Eles estão atacando a gente!”.

Ela conta ainda, que o lugar fede muito e que elas convivem com xixi de rato.

As presas dizem que não sabem mais o que fazer para resolver o problema. “Nós tapamos com pano e botamos quadro aqui, garrafa. Mas não tava tendo jeito não. Eles entram mesmo assim”, afirma.

Segundo o diretor do Singeperon, a Secretaria Estadual de Justiça (Sejus) já foi avisada várias sobre a situação, mas nenhuma medida foi tomada.

Foto: Reprodução

“As servidoras não aguentam mais trabalhar ali. O negócio é preocupante não só para servidoras, mas como as apenadas. É um caso desumano. Os ratos passam por cima de coturnos e as apenadas já foram mordidas pelas ratazanas”, conta.

A direção do Singeperon informou que juntou os vídeos e os depoimentos das apenadas para enviar ao Ministério Público de Rondônia (MP-RO), Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ-RO), Defensoria Pública e o Conselho Estadual de Direitos Humanos.

O presídio abriga 130 detentas, mas só tem 79 vagas e ainda comporta um berçário para presas gestantes e com filhos em fase de amamentação.

A Sejus declarou que o presídio é insalubre e que o prédio é antigo que a situação só será resolvida com a transferência das detentas para outra unidade, mas não deu um prazo para essa transferência.

No final da tarde desta quarta-feira, o MP-RO e a Vara de Execuções Penais de Rondônia determinou a interdição imediata do presídio e estipulou as transferências das detentas em um prazo de 48 horas.



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