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Diário da Amazônia

Dragas de garimpo são apreendidas no Madeira

Extração de minério está sendo realizada numa Área de Proteção Ambiental.

Por Assessoria
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Publicado: 11/09/2015 às 05h05min

Proprietários das dragas que atuam em Área de Proteção Ambiental foram notificados

Proprietários das dragas que atuam em Área de Proteção Ambiental foram notificados

Uma Força-Tarefa formada por policiais civis e militares, sob o comando da Secretaria de Estado de Segurança, Defesa e Cidadania (Sesdec), iniciou na manhã desta quinta-feira (10) uma operação em diferentes pontos do rio Madeira, em Porto Velho, para coibir a extração ilegal de ouro. Mais de 180 dragas foram contabilizadas ao logo da Área de Proteção Ambiental (APA), todas trabalhando de forma ilegal. Pela manhã, 10 dragas foram apreendidas e 20 pessoas detidas.

A operação denominada Azougue – material utilizado para separar as impurezas e o ouro garimpado – conta com a integração de diversos órgãos, como as polícias Militar, Civil, Federal e Rodoviária Federal, além do Ministério Público, Sociedade de Portos e Hidrovia (Soph), Corpo de Bombeiros, Batalhão de Polícia Ambiental, Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Marinha, Exército e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Para a realização da operação, de acordo com o titular da Sesdec, Antônio Carlos dos Reis, o governo de Rondônia, em ação conjunta com diversos órgãos, elaborou um Planejamento Operacional para desarticular o garimpo ilegal. Segundo ele, cerca de 180 balsas estão operando sem o licenciamento ambiental e sem a devida autorização para extração de minério expedidas pelos órgãos competentes.

“É uma falta de respeito às leis e normas que determinam que a área de Proteção Ambiental não pode ter nenhuma atividade. Estamos trabalhando para coibir esses crimes e evitar outros que consideramos ser consequências do garimpo, como a degradação ambiental, prostituição e porte ilegal de arma de fogo”, disse o secretário.

Atividade ilegal provoca bancos de areia no rio

Segundo o coordenador da operação, tenente-coronel André Glanert, são 95 pessoas trabalhando para fazer valer a legislação ambiental, uma vez que a extração do minério está sendo feita numa Área de Proteção Ambiental (Arpa). “Nosso objetivo é notificar todas as embarcações que estão realizando a garimpagem ilegal e garantir a integridade da Arpa”, citou.
O coordenador da operação enfatizou, ainda, o apoio logístico da Soph, que disponibilizou pátio, rampas, barcos e salas para a efetivação da operação.

NAVEGAÇÃO

O diretor-presidente do Porto de Porto Velho, Leudo Buriti, entende que essas ações do Estado são necessárias para melhorar a segurança da navegação no rio Madeira, além de contribuir para a logística do transporte e, principalmente, para evitar roubos e furtos, prostituição infantil nas comunidades e combate à garimpagem ilegal, atendendo aos pleitos que a administração portuária havia feito com a Federação Nacional das Empresas de Navegação (Fenavega), durante o Seminário “Porto Velho, capital da Navegação” realizado em agosto.

Para a Diretoria-Executiva da Soph, a garimpagem ilegal provoca bancos de areias que atrapalham a navegação, além de causar uma série de prejuízos ao meio ambiente e riscos à vida humana, pois as dragas ficam de forma desordenadas no rio e nas margens, sendo danoso para todos que utilizam dessa via de navegação na região Norte.

“Os materiais usados na extração do ouro, sem possuírem autorização do DNPM para serem utilizados, e os materiais explorados pelos garimpeiros serão apreendidos e ficarão em uma área do porto à disposição da Justiça. Já os responsáveis pelo garimpo, serão indiciados, conforme as legislações vigentes”, assegurou o secretário.
O resultado da operação será apresentada amanhã (11) pela Sesdec.



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