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Diário da Amazônia

Edson Lodi lança livro ‘Cantiga de Viola’ em Porto Velho

Por Assessoria
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Publicado: 28/06/2019 às 15h53min

 

Histórias das tantas que ampliam o repertório da segunda edição do Relicário, de Edson Lodi. Desdobrada em dois volumes, o primeiro, Cantiga de Viola – Relicário de Sons do Sertão, que será lançado hoje (28), as 19h, na Casa da Cultura Ivan Marrocos, avança na pesquisa acerca das músicas utilizadas por Mestre Gabriel em seu trabalho na União do Vegetal. E o esforço é minucioso. Em causos, relatos, depoimentos, o autor conduz a narrativa transportando o leitor a uma época de simplicidade e de severas limitações materiais, mas também de alegria, amizade e devoção. O sertão com todas as suas cores.

Além do aprofundamento do trabalho de pesquisa, enriquecem esta segunda ediçãoos textos de diversos colaboradores, convidados a discorrer sobre aspectos da presença da música nos rituais do Centro Espírita Beneficente União do Vegetal. Joaquim Queiroz, irmão de João Bosco Queiroz,por exemplo, aborda a saga dos “garimpeiros de sons”, aqueles sócios que, animados pelo aviso do Mestre de que viria a inspirar os cantores após seu desencarnamento, se lançaram à busca de sua palavra por discos e canções.

Por sua vez, Daniel Lima, estudante de regência, trata,da interessante perspectiva de um violinista que bebe Vegetal, da clássica observação do Mestre de que “o violino é um instrumento que só falta falar”.

A nova edição traz, ainda, os “herdeiros e herdeiras da música do sertão”, sócios que se destacaram no cenário musical, que são tema dos artigos de mais colaboradores – Edson Lodi é generoso, e o livro e o leitor ganham com isso –, tratando da chegada desses artistas à União e do impacto que a vivência com o Vegetal teve na vida e na arte de cada um deles. Desde o saudoso Jacinto Silva, que estava isento de pagar mensalidade enquanto sócio do Centro –o livro explica por quê –, até Josan e seu Rio de Renovações, passando por Margareth Menezes, Xangai, Marcos Lessa, Flávia Wenceslau, Juraildes da Cruz e Tiago Araripe, os artigostrazem seus depoimentos, narrando suas histórias de pessoas públicas que, a certa altura da vida, encontraram-se com um tesouro.

Por fim, Flávia Ilíada e o precioso relato de sua amizade com Mestre Junior, pesquisador e atento observador da evolução do uso da música no Centro. Filho de Mestre Carmiro e neto de Mestre Gabriel, ele chama atenção para a importância dos gêneros musicais que estão na raiz da União do Vegetal. E aqui, talvez, o grande mérito desse livro: o resgate da cultura popular brasileira, mais especificamente nordestina, na formação não apenas da sensibilidade de um público típico, mas na afirmação de um povo frente a um mundo que cada vez mais se globaliza.

Cantiga de Viola é uma festada cultura brasileira. E uma festa repleta de amigos.

Abaixo, a playlist com as canções abordadas no livro, na ordem em que aparecem:



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