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Diário da Amazônia

Eduardo Cunha presta depoimento em Curitiba

Deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões depositado em sua conta.

Por Assessoria
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Publicado: 20/10/2016 às 06h05min

O deputado cassado Eduardo Cunha foi preso ontem (19) em Brasília, no âmbito da Operação Lava Jato. O pedido de prisão preventiva do ex-presidente da Câmara dos Deputados foi emitido pelo juiz Sérgio Moro, que conduz as investigações da Lava Jato, na primeira instância.

Entre os argumentos utilizados para justificar o pedido de prisão de Cunha, a força-tarefa de procuradores da Lava Jato afirmou que a liberdade do ex-deputado representava risco às investigações.

Segundo a acusação, “há evidências” de que existem contas pertencentes a Cunha no exterior que ainda não foram identificadas, fato que coloca em risco as investigações. Além disso, os procuradores ressaltaram que Cunha tem dupla nacionalidade (brasileira e italiana) e pode fugir do País.

“Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não for afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior”, disse Moro na decisão.

Contas na suíça

A prisão foi decretada na ação penal em que o deputado cassado é acusado de receber R$ 5 milhões, que foram depositados em contas não declaradas na Suíça. O valor seria oriundo de vantagens indevidas, obtidas com a compra de um campo de petróleo pela Petrobras em Benin, na África. O processo foi aberto pelo Supremo Federal, mas após a cassação do ex-deputado, a ação foi enviada para o juiz Sérgio Moro porque Cunha perdeu o foro privilegiado.

Sem Acordo

Um dos advogados do ex-deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Ticiano Figueiredo, disse que um eventual acordo de delação premiada não estava “no radar” do ex-presidente da Câmara dos Deputados preso ontem (19) em Brasília. “Até o presente momento, não havia hipótese de fazer delação. A delação não estava no nosso radar”, disse Ticiano. O advogado disse que apesar da prisão, ainda não há indicação de que Cunha possa fazer uma eventual delação.

Ticiano afirmou que Cunha e sua defesa trabalhavam com cenários nos quais a sua eventual prisão era cogitada.



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