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Diário da Amazônia

Em órbita: empresa estuda fazer partos no espaço até 2024

Partos fora da Terra. Descubra por que uma startup holandesa quer enviar mulheres grávidas para que o parto seja feito no espaço.

Por vivotech
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Publicado: 08/04/2019 às 10h42min

Imagine um parto feito numa cápsula espacial que orbita a Terra. Essa descrição pode até parecer um roteiro de filme de ficção científica, mas não é. A ideia faz parte de um programa criado por uma startup holandesa chamada Space Life Origin, que deseja viabilizar a reprodução humana fora do planeta.

O empreendimento busca transformar em realidade a concepção embrionária e também o parto de seres humanos no espaço. Para a empresa, esses são passos essenciais para tornar possível a vida humana fora da Terra.

“Se a humanidade deseja se tornar uma espécie multiplanetária, nós também precisamos aprender como se reproduzir no espaço”, explica Kees Mulder, o CEO da Space Life Origin.

O programa foi denominado Missões Berço e é apenas a terceira etapa (conheça todas abaixo) do planejamento da Space Life Origin. De acordo com a startup, a missão-parto deve acontecer em 2024 e durar entre 24 e 36 horas. O nascimento acontecerá em uma cápsula espacial a mais de 400 quilômetros da Terra.

Junto com a futura mãe, viajará uma equipe médica para prestar apoio à gestante. O retorno da cápsula espacial e seus tripulantes ao planeta deve acontecer após o parto.

Startup holandesa SpaceLife Origin quer promover parto no espaço até 2024.

Por que realizar um parto fora da Terra?
De acordo com a empresa, colisão com asteroides, aquecimento global, superpopulação e o descontrole da Inteligência Artificial podem resultar em uma Terra inabitável no próximo século. Por isso, agências espaciais como a NASA e empresa SpaceX planejam missões colonizadoras na Lua e em Marte. “Entretanto, a colonização não tem futuro se não soubermos como nos reproduzir no espaço”, aponta Egbert Edelbroek, executivo da Space Life Origin.

Aliás, a empresa ainda defende o envolvimento de pessoas de todas as regiões do globo. Para isso, pretende prover vagas gratuitas no processo para garantir a diversidade humana.

Expectativa vs realidade
Até o momento, a Space Life Origin apresentou ideias, deadlines e uma motivação. Porém, as pesquisas ainda estão sendo conduzidas e não são somente as inviabilidades tecnológicas que criam barreiras, mas também muitos entraves legais estão no caminho do céu.

Dessa forma, o primeiro ponto seria os efeitos colaterais de se realizar um parto em um ambiente de gravidade zero. Nos anos 1990, uma experiência semelhante foi conduzida com outro tipo de mamífero. Na ocasião, ratas grávidas foram levadas a bordo da nave espacial norte-americana Atlantis.

Uma semana após o retorno da espaçonave, cientistas fizeram o parto dos animais e constataram que os filhotes apresentaram subdesenvolvimento no aparelho vestibular (responsável pelo equilíbrio) – problema causado pela permanência fora da Terra.

Além disso, outros obstáculos — como questões relacionadas à ética no exercício da medicina, segurança do transporte entre a Terra e espaço e até qual a nacionalidade do bebê — põem um grande ponto de interrogação na viabilidade da iniciativa.

Seja pelas barreiras tecnológicas ou legais, o certo é que será preciso esperar o passar dos anos para descobrirmos se o cronograma da startup holandesa consegue ser cumprido.

Em 1994, uma experiência semelhante foi conduzida com ratos e o resultado não foi positivo.

O plano
Além das Missões Berço, a Space Life Origin propõe outras três fases que complementam o projeto de viabilizar a reprodução humana fora do planeta. Saiba abaixo quais são elas.

Missões Arca
A primeira fase do plano pretende enviar células reprodutivas (femininas e masculinas) para o espaço acondicionadas dentro de um satélite da própria empresa.

Para isso, o material humano será criogenizado e guardado em cápsulas preparadas para resistir à radiação, impacto e calor. Cada uma delas abrigará mil tubos de ensaio equipados com um chip de identificação.

O satélite deve ser lançado em 2020 e contará com monitoramento em tempo real e imagens dos recipientes guardados no espaço.

A empresa deseja armazenar material humano criogenizado e guardá-lo em cápsulas no espaço.

Missões Lótus
A segunda etapa tem previsão de execução em 2021 e prevê a fecundação de óvulos humanos na órbita da Terra. Para isso, a empresa está desenvolvendo uma incubadora de embriões que funcionará em órbita.

A ideia é enviar óvulos e espermatozoides dentro desse equipamento ao espaço e, quatro dias após fertilização da célula, o equipamento voltaria ao planeta. No entanto, a gestação e o nascimento ocorrerão na Terra.

O intuito da etapa é garantir a viabilidade do processo de fecundação de material humano fora de nosso habitat natural.

A empresa deseja fecundar óvulos humanos na órbita da terra.

Missões Futuro
O quarto (e último) estágio tem previsão de lançamento em 2032. Porém, a Space Life Origin não dá maiores detalhes sobre a etapa.



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