Um estudo brasileiro, feito por uma coalizão de hospitais, foi publicado nesta quinta (23/7) no New England Journal of Medicine e afirma não ter encontrado eficácia ou benefícios na administração de hidroxicloroquina sozinha ou associada à azitromicina em pacientes leves ou moderados com Covid-19.
Participaram os hospitais Albert Einstein, Sírio-Libanês, HCor, Moinhos de Vento, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Beneficência Portuguesa de São Paulo, Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e a rede brasileira de pesquisa em terapia Intensiva (BRICNet).
A pesquisa foi feita com 667 pacientes hospitalizados com formas leves ou moderadas da Covid-19 em 55 hospitais brasileiros, com grupo de controle (que é medicado com placebo para avaliar a diferença). Participaram adultos em torno de 50 anos, a maioria do sexo masculino, sendo que 40% eram hipertensos, 21% eram diabéticos e 17%, obesos.
“O status clínico aos 15 dias foi similar nos grupos tratados com hidroxicloroquina e azitromicina, hidroxicloroquina isolada ou grupo controle. A utilização de HCQ ou azitromicina não promoveu melhoria na evolução clínica dos pacientes”, diz o grupo, em comunicado à imprensa. “Vale destacar que estes resultados não são aplicáveis a outras populações, a exemplo de pacientes ambulatoriais com formas mais leves e iniciais de Covid-19.”
O grupo está à frente de mais oito estudos, que verificam a eficácia não só da hidroxicloroquina, mas também da dexametasona, rivaroxabana, tocilizumab e antivirais.
Os pesquisadores detectaram alterações nos exames de eletrocardiograma mais frequentes nos pacientes que tomaram os medicamentos, assim como sinais de lesão hepática no mesmo grupo. Não foram encontradas diferenças em probabilidade de arritmia ou problemas hepáticos graves.
Fonte: Metrópoles