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Diário da Amazônia

Estudo de especialistas do MIT que questiona fraude em eleição da Bolívia causa polêmica

Um estudo de especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts dos Estados Unidos (MIT) que questionou a suposta fraude eleitoral..

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Publicado: 02/03/2020 às 11h05min | Atualizado 02/03/2020 às 11h11min

Um estudo de especialistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts dos Estados Unidos (MIT) que questionou a suposta fraude eleitoral que levou o presidente da Bolívia, Evo Morales, a renunciar desencadeou uma troca de farpas entre governos de esquerda e de direita da América Latina.

Ex-presidente da Bolívia, Evo Morales 21/02/2020 REUTERS/Agustin Marcarian Foto: Reuters

A análise de dois pesquisadores do Laboratório de Dados e Ciência Eleitorais do MIT, divulgada na semana passada, afirmou que a conclusão da Organização dos Estados Americanos (OEA) de que uma fraude ajudou Morales a vencer é falha, e concluiu ser “muito provável” que o presidente socialista tenha vencido a votação de outubro pelos 10 pontos percentuais necessários para se evitar um segundo turno.

Em um comunicado emitido na sexta-feira, a OEA rejeitou o estudo do MIT por não considerá-lo científico.

A Bolívia realizará uma nova eleição em maio.

Um porta-voz do MIT disse que o estudo foi realizado por seus pesquisadores de forma independente para o Centro de Pesquisa Econômica e Política, sediado em Washington, e que não reflete necessariamente a opinião da universidade.

O estudo levou Morales, que fugiu primeiro para o México e depois para a Argentina, a pedir no domingo que a comunidade internacional “democrática” monitore a eleição de maio cuidadosamente.

“Os golpistas pretendem desqualificar nossos candidatos”, escreveu Morales no Twitter.

O relatório da OEA citou várias violações no pleito, incluindo um servidor de computador secreto concebido para fazer a votação pender para Morales, que presidiu a Bolívia durante 14 anos. Morales renunciou em meio à violência desencadeada no país após as alegações de fraude eleitoral, declarando ser vítima de um “golpe”.

Ele disse que voltará à Bolívia, mas o governo interino o acusou de sedição e o impediu de concorrer a senador.

Líderes de vários países latino-americanos de esquerda que apoiam Morales se pronunciaram desde a divulgação do relatório do MIT, e o México pediu à OEA que esclareça suas conclusões.

O presidente socialista da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou sua afirmação de que a OEA é uma ferramenta dos EUA, escrevendo no Twitter no domingo que o estudo do MIT é “mais uma prova de que o Ministério das Colônias (OEA) ameaça a vontade dos povos livres do continente”.

Ecoando os líderes conservadores da América Latina que defenderam a OEA, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, disse que a fraude na eleição boliviana foi “clara como a água”.

Fonte: Reuters



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