A aeronave RJ85, da companhia venezuelana LaMia, era o modelo usado para transporte da equipe do Chapecoanse para a Colômbia, onde iria disputar a primeira partida da final da Copa Sul-Americana contra o Atlético Nacional de Medellín. Mas, antes de chegar ao destino, em Medellín, o avião caiu numa região montanhosa. O sinistro foi na manhã de ontem (29) e causou a morte de mais de 70 pessoas.
Avião: a aeronave foi cambriada para viagens de curta distância e é usada para pousar em aeroportos de difícil acesso (Reuters)
Em áudio que circula na Colômbia, um homem se declara dono de um hangar, e faz um relato do que poderia causado o acidente trágico. Segundo o conteúdo da gravação, quando o avião se aproximava para efetuar a aterrissagem em Medellín outro avião, um Airbus da VivaColômbia, declara emergência devido o vazamento de combustível e deram a preferência, o piloto da LaMia foi avisado disso e deu um sinal positivo.
“Eles ligaram para as outras quatro aeronaves para saber se precisam de alguma coisa e, o cara [piloto] escondeu que não tinha mais combustível e fez duas voltas”, contou o homem que se declara proprietário de hangar. Ele informou que ainda que depois de cinco minutos, o piloto perguntou para a torre. “Vocês sabem há quanto tempo a gente está pousando?” e eles responderam “Você é o turno 3, têm Lan Chile e o da Copa na frente…”.
PARA EVITAR MULTA, PILOTO OMITE FALTA DE COMBUSTÍVEL
O áudio declara ainda que o piloto da LaMia, três minutos mais tarde, disse que precisava aterrissar por não ter combustível. Após isso, o piloto começa a descer e falou sobre uma pane elétrica. “Ele falou isso porque ele achou que ia conseguir pousar e se fala que é por ausência de combustível eles dão uma multa tão grande que aquela empresa quebra. Fica sem nada!”, destacou. “Estando há 30 quilômetros do aeroporto bate contra um morro por não ter mais nada de combustível”, falou.
Ele falou isso porque ele achou que ia conseguir pousar e se fala que é por ausência de combustível eles dão uma multa tão grande que aquela empresa quebra. Fica sem nada
Segundo a fonte, ainda desconhecida, o dono do avião é um venezuelano e os donos dos certificados para operar a aeronave são dois capitães, um faleceu ontem e o outro não estava a bordo.
AERONAVE DA LAMIA NÃO TINHA AUTONOMIA PARA FAZER VOO
O homem informa ainda, o que prejudicou é o fato do Chapecoanse ter alugado uma aeronave que não tinha autonomia para fazer a viagem com condições de tempo ruim. “A aeronave RJ85 poderia percorrer o equivalente a 2.965 quilômetros de autonomia de voo e voaram 2.975 quilômetros e com isso, ainda faltavam entre 20 e 30 milhas para chegar ao aeroporto”, expôs.
A pessoa que se intitula dona do hangar diz ainda que o avião pousava em seu hangar quatro vezes com time de futebol sendo comum pela LaMia viajar com pouco combustível e muito peso. Ele contou ainda que teria informado esse tipo prática através de carta a ‘Anac’ colombiana, mas ainda não teria logrado sucesso.
A aeronave RJ85 poderia percorrer o equivalente a 2.965 quilômetros de autonomia de voo e voaram 2.975 quilômetros e com isso, ainda faltavam entre 20 e 30 milhas para chegar ao aeroporto
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