Não há como fugir à tradição, mas é proibido empanturrar. Quer uma boa festa de ano-novo? Coma o suficiente, converse mais, alegre-se com o sublime momento da celebração com a famíla e os amigos.
A cada ano as pessoas ouvem recomendações semelhantes, porém, muitas se excedem e sofrem as consequências. Algumas levam à intoxicação.
“A tradição une as pessoas, mas em regra elas devem optar por alimentação saudável desde os dias que antecedem o Natal”, recomenda a nutricionista Andrea Cavalcante Lima, da Policlínica Oswaldo Cruz (POC).
“Desnecessário passar o tempo todo comendo panetone, antes, depois do Natal, no Ano Novo e depois. Esse depois é o perigo nas confraternizações com comidas e bebidas que se prolongam após a ceia”, alerta Andrea.
Todo cuidado possível
Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município, Hospital Pronto-Socorro João Paulo II e Policlínica Ana Adelaide atenderão urgências e emergências no ano-novo.
Na POC, o Programa de Emagrecimento atende atualmente a 500 pacientes da capital e de cidades do interior. “Muitas não conseguem reverter o quadro e a ansiedade lhes faz consumir mais alimentos, sem escolha”, lamenta Andrea. O Brasil tem cerca de 18 milhões de pessoas consideradas obesas.
Segundo alguns estudos do Ministério da Saúde, mais de 50% da população está acima do peso. Somando o total de indivíduos acima do peso, o montante chega a 70 milhões, o dobro de há três décadas.
Na POC, a equipe multidisciplinar do Programa de Emagrecimento nota geralmente “a busca de compensações” das pessoas que comem demais por causa de cansaço, de excesso de trabalho, ou pelo rigor das dietas. E também observa o “sentimento de culpa que vem na sequência, sempre desagradável”.
“O prazer da música, da dança, dos jogos e outras ações que proporcionem felicidade pode substituir o exagero. Digo que a pessoa diabética, por exemplo, tem que resistir se tiver a sua frente um bolo de chocolate”, diz a nutricionista.