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Diário da Amazônia

Filho de cozinheira é aprovado em Cambridge, na 6ª melhor Universidade do mundo

O jovem estuda inglês por conta própria desde os seus 9 anos

Por Larina Rosa / Diário da Amazônia
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Publicado: 09/10/2020 às 12h09min | Atualizado 09/10/2020 às 17h18min

Mateus do Carmo Braga, de 17 anos, é aprovado na 6ª melhor universidade do mundo / Foto: Mateus Braga Arquivo pessoal

Mateus do Carmo Braga de 17 anos, natural de Nova Brasilândia do Oeste, foi aprovado em uma bolsa de estudos na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, considerada a 6ª melhor universidade do mundo, depois de aprender inglês por conta própria.

O jovem que cresceu no município de Jaci-Paraná e foi aprovado no processo seletivo do Instituto Federal de Rondônia (Ifro) de Porto Velho, cursa o último ano de técnico em informática. Ele conta que veio para a Capital em busca de um ensino público melhor e explica como conseguiu conquistar a aprovação em Cambridge.

“A minha mãe era cozinheira, agora ela se encontra desempregada, mas mesmo antes a gente nunca teve uma renda que sobrasse pra fazer alguns ‘luxos’.  Eu estudo inglês por conta própria desde meus 9 anos, nunca tive oportunidade de pagar por um curso para aprender. Participei do Immerse College Essay Competition que é um concurso para bolsas de estudo para cursos de verão em Cambridge ou Oxford”, disse.

A redação em língua inglesa de Mateus foi avaliada como uma das merecedora de uma bolsa de 50% na Universidade para o curso de matemática. E menos de 7% dos alunos que participaram do processo seletivo receberam algum tipo de bolsa.

“A notícia foi uma grande alegria, mas ao mesmo tempo foi uma preocupação, pois eu sabia que era um valor que eu nunca poderia pagar na vida, por mais que eu trabalhasse ou vendesse o que fosse, eu sabia que eu nunca conseguiria arcar com o valor sozinho”, disse.

O restante do valor foi alcançado no sábado, após Mateus realizar uma vaquinha online. Agora o jovem vai dar a primeira entrada da quantia e assegurar a vaga para a Universidade.

“A expectativa é altíssima, mas ainda fico incrédulo que é algo que vai realmente acontecer. Como sempre morei em cidades pequenas, nunca imaginei que um dia eu teria uma oportunidade dessas. Minha dica para quem quer tentar é a persistência, uma hora chega. Mas as pessoas também têm que ter o autocuidado de não se cobrarem demais e acabarem se decepcionando e se pondo pra baixo em vez de seguirem em frente”, pontuou.

 



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