Porto Velho/RO, 19 Março 2024 07:47:25
SAÚDE

Fiocruz RO desenvolve sistema de microscopia inédito no Norte

Projeto está em fase avançada de execução e irá fomentar o intercâmbio de pesquisadores, de outros estados do país.

Por Redação Diário da Amazônia
A- A+

Publicado: 07/04/2019 às 08h07min

Dr. Gustavo Menezes pesquisador visitante sênior Fiocruz RO

Um sistema inédito de microscopia está sendo desenvolvido pela Fundação Oswaldo Cruz – Fiocruz RO, em Porto Velho. O projeto é executado com recursos da Financiadora de Inovação e Pesquisa, Finep, que busca promover o desenvolvimento econômico e social do país, por meio do fomento público à Ciência, Tecnologia e Inovação.

O professor da Universidade Federal de Minas Gerais e líder do Centro de Biologia Gastrointestinal, do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Dr. Gustavo Menezes, é pesquisador visitante sênior da Fiocruz RO e participa da execução do projeto FINEP: AMPID (Ampliaçãodo Parque Tecnológico do Polo de pesquisa, inovação, desenvolvimento e difusão em Saúde, em Rondônia) coordenado pela Dra. Juliana Zuliani, pesquisadora em Saúde Pública da Fiocruz RO, e docente da Universidade Federal de Rondônia – Unir.

De acordo com Gustavo Menezes, o projeto prevê a implementação de um Microscópio Confocal Nikon, equipamento moderno com capacidade de capturar imagens de altíssima qualidade e tecnologia extremamente recente. Na prática, esse é um sistema não convencional e “a ideia da Fiocruz RO é padronizar uma metodologia para que possam ser observados fenômenos biológicos mais próximos da natureza. Ao invés de fazer uma microscopia dentro de um pedaço de tecido que morreu, podemos fazer um preparo em animais de experimentação, o que inclui mosquitos e camundongos”, afirma Gustavo Menezes. Segundo ele, a técnica oportuniza a visualização de fenômenos biológicos em tempo real, dentro de um animal vivo, por exemplo.

Entre os avanços trazidos a Rondônia, a implementação de um sistema de microscopia intravital (imagem de animais ainda vivos) irá promover o intercâmbio de pesquisadores de outros estados para a região Norte, uma vez que quando estiver em pleno funcionamento, Porto Velho terá desenvolvido um polo de tecnologia e ciência, assim como já acontece em estados do Sudeste. O pesquisador destaca que apenas Belo Horizonte, em Minas Gerais, e Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, desenvolvem esse mesmo sistema de microscopia intravital.

Dentro dos programas de Pós-graduação, desenvolvidos pela Fiocruz RO, através de parcerias com outras instituições como a Universidade Federal de Rondônia acadêmicos de graduação e pós-graduação já recebem orientações sobre o novo sistema. “Estamos trabalhando há um ano na formação dessas pessoas, e a nossa missão é mostrá-las o que está por trás da tecnologia que o equipamento usa, para que saibam desenvolver projetos de pesquisa que contemplem o microscópio. Estamos pensando numa múltipla formação, não só técnica, mas também em como a pesquisa científica pode se beneficiar da técnica”, ressalta o pesquisador.

Projeto coordenado pela Dra. Juliana Zuliani, pesquisadora em Saúde Pública – Fiocruz RO

Avanços em saúde

Para Gustavo Menezes, é grande a possibilidade de utilização das técnicas desse equipamento em atividades que poderão auxiliar no diagnóstico de doenças autoimunes, doenças parasitárias e testes que, até então, são feitos fora do estado, até porque “o mesmo microscópio que faz o diagnóstico de uma doença autoimune, em São Paulo, estará aqui”.

A pesquisadora em Saúde Pública Juliana Zuliani, responsável pelo Laboratório de Imunologia Celular Aplicada à Saúde destaca que o microscópio irá trazer inúmeras contribuições ao estado de Rondônia, pois foi adquirido envolvendo o Centro de Pesquisa em Medicina Tropical – Cepem RO, a Universidade Federal de Rondônia e a Embrapa, nesse sentido todas as instituições que compõem o polo Tecnológico que está sendo implantado no estado irão se beneficiar e “ assim como a saúde, a agricultura, as engenharias, o ramo de serviços e outros setores que movimentam a economia da região poderão utilizar essa tecnologia”, finalizou. Atualmente, o projeto de implementação do sistema de microscopia intravital está em fase final, só dependendo da segunda fase de liberação de recursos da Finep e terá um custo de aproximadamente 1,5 milhão de reais.

Polo Integrado

O Polo Integrado de Saúde (PID)surgiu com objetivo de reunir profissionais de diferentes instituições de Rondônia (Fiocruz RO, Cepem, Ipepatro e Unir), tornando-se um centro de referência para apoiar e desenvolver as atividades de pesquisas eformação de recursos humanos. No âmbito deste projeto, pretende-se ampliar a produçãocientífica, tecnológica e de inovação, como também a cooperação entre diversas instituições que atuam nessas áreas, além de oportunizar a formação de recursos humanos de alto nível, para atuação dentro e fora do estado de Rondônia.



Deixe o seu comentário