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Greve de ônibus será decidida hoje

A greve do transporte público de Porto Velho prevista para iniciar ontem, foi suspensa. Pelo menos até hoje, é o que garantiu o..

Por Diário da Amazônia
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Publicado: 10/07/2014 às 20h40min | Atualizado 25/04/2015 às 20h21min

greveA greve do transporte público de Porto Velho prevista para iniciar ontem, foi suspensa. Pelo menos até hoje, é o que garantiu o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo de Rondônia (Sitetuperon), Edilson Pereira. A suspensão é em caráter provisório “porque na segunda-feira à noite recebemos uma proposta do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Porto Velho (SET), quanto às questões dos salários da categoria, e decidimos convocar uma assembleia para ouvir os trabalhadores. Se a proposta for aprovada, o dissídio de greve se encerra hoje mesmo”, anunciou Pereira.

Nesta quarta-feira haverá duas sessões no auditório da Sitetuperon para votar a então proposta do sindicato patronal (SET). O presidente esclarece que a principal exigência dos motoristas e cobradores de Porto Velho é, de fato e de direito, sobre o salário da categoria.‘‘Pedimos 16% de reajuste. Mas há outras reivindicações. Também precisamos de melhores condições de trabalho, aumento dos valores do ticket de alimentação e vale refeição, entre outros”, explicou o presidente.

Ele considera que a população mais uma vez será prejudicada com a paralisação, mas diz “que a greve tem caráter legal. No momento é o único meio de intermediar as negociações, buscamos nossos direitos e se a categoria não votar favoravelmente à proposta do SET, à meia-noite desta quinta-feira, o dissídio de greve será retomado e 100% da frota será parada por tempo indeterminado’’, garante.

Prefeitura deve contratar empresas para realizar o transporte 

O secretário Municipal de Transportes e Trânsito (Semtran), Carlos Guttemberg, afirma que o preço da passagem não vai aumentar. “A greve é justa, mesmo porque no mês de junho acontece o dissídio da categoria. Eles têm o direito de exigir melhores salários, mas é necessário esclarecer à população que esse fato não vai suscitar o aumento das passagens”, afirmou. Guttemberg ainda informa que a Semtran está preparada para atender à população caso a greve aconteça. “Estamos trabalhando para que 70% da frota esteja prestando serviço à população”.
Além disso, o secretário disse que caso seja necessário, a Semtram irá contratar o serviço autônomo de vans e táxi-lotação, para minimizar os transtornos com a locomoção dos usuários do transporte coletivo.
A direção do Sitetuperon informa que a frota atual é de cerca de 180 ônibus em circulação e que há 980 filiados, somente na Capital, prestando serviço que, reconhece, precisa ser melhorado. Mas analisa que estas melhorias passam também pela otimização das condições de trabalho e de salários.

O presidente do Sindicato apresenta outros números que justificariam os anseios de greve. “São mais de 40 meses, ou quase três anos e meio sem qualquer reajuste. Quase quatro anos sem subsídio oficial. Todos os insumos (óleo diesel, pneus, equipamentos), aumentando muito. A inflação no período chegou a 22,7 pelo IPC e 19,5% pelo IGPM. Nesses três anos, os empregados receberam aumentos salariais de 9,5% (2011); 6% (2012) E 16% EM 2013. Contrapartida da prefeitura, no mesmo período: zero”, desabafa o presidente.

O transporte coletivo continua sendo problema para a população de Porto Velho, que espera que as autoridades competentes promovam ações efetivas de melhoria desse serviço. É assim que pensa a estudante de Pedagogia, Jéssica Magalhães, que está apreensiva com a possibilidade de greve. “Preciso do ônibus para trabalhar e estudar, considero que todos os profissionais têm direito de exigir melhorias salariais. Mas, sempre quem sai prejudicado somos nós, que dependemos do coletivo”. Jéssica, que trabalha como auxiliar administrativo, pega quatro conduções por dia e faz um apelo às autoridades. “Que haja greve – isso é legítimo e garantido por Lei, mas que seja providenciado transportes alternativos para a população, somos os mais prejudicados nessa briga”, relatou Jéssica.

Por, Edilene Santiago – Foto: Roni Carvalho/Diário da Amazônia



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