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Diário da Amazônia

Investigação foi falha, diz advogado

O advogado Cândido Ocampo, representante da maternidade Regina Pacis e da pediatra Cláudia Gaspar Rech, especialista em direito, disse à..

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Publicado: 27/11/2014 às 09h25min | Atualizado 28/04/2015 às 07h07min

Ocampo diz que desde o início havia indícios de falta de organização nas investigações. Divulgação/Diário da Amazônia

Ocampo diz que desde o início havia indícios de falta de organização nas investigações. Divulgação/Diário da Amazônia

O advogado Cândido Ocampo, representante da maternidade Regina Pacis e da pediatra Cláudia Gaspar Rech, especialista em direito, disse à reportagem do Diário, que houve equívocos na investigação do caso do bebê Nicolas Naitz e contestou informações repassadas pela Polícia Civil, no encerramento das investigações, durante entrevista coletiva concedida à imprensa, na terça-feira, 25.

Na entrevista coletiva, a polícia informou que tanto o diretor do hospital de Base Dr. Ary Pinheiro quanto alguns funcionários da empresa Amazon Fort foram indiciados. Os delegados também informaram que a médica Cláudia Gaspar, do hospital e maternidade Regina Pacis, onde Nicolas faleceu, continuará respondendo por falsidade ideológica, por ter elaborado atestado médico com informações inverídicas.

Ocampo disse que não é verdade que a médica continuará respondendo por crime de falsidade ideológica ou qualquer outro crime, pois o Tribunal de Justiça de Rondônia anulou o indiciamento realizado pela delegada Noelle Caroline Xavier Ribas Leite contra Cláudia Gaspar, por entender que não havia qualquer indício de prova que justificasse, considerando o mesmo “constrangimento ilegal”. O recurso foi interposto em ação de habeas corpus, processo 0010603-13.2014.822.0501, julgado no dia 20 de novembro, pela 1ª Câmara Criminal.

Após quase seis meses de investigação, a polícia chegou à conclusão de que o corpo do recém-nascido Nicolas Naitz, que desapareceu no dia 22 de maio foi levado por engano para o hospital de Base Dr. Ary Pinheiro e enrolado num lençol pelo coletor de materiais da empresa Amazon Fort, em Porto Velho.
O advogado afirma que desde o início das investigações havia fortes indícios de falta de organização e controle no setor do Hospital de Base, que recebe e armazena os corpos mortos, a chamada câmara fria, porém a Polícia Civil direcionou as investigações contra a maternidade Regina Pacis e a médica Cláudia Gaspar. Segundo ele, a forma como eram realizadas as investigações eram truculentas e autoritárias, o que motivou a médica e uma funcionária da maternidade a protocolarem denúncias junto à Corregedoria da Polícia Civil, por abuso de autoridade.

“Apenas após a denúncia anônima (porém pública), no mês de julho, por um funcionário da empresa terceirizada de que o corpo da criança poderia ter sido incinerado, por equívoco é que a Polícia Civil passou a fazer o óbvio, ou seja, investigar se havia ou não controle da entrada e saída de corpos da câmara fria do hospital de base”, diz Cândido Ocampo.

Ele disse, ainda, que sempre achou estranho a forma como estavam sendo conduzidas as investigações, já que os únicos que eram expostos à mídia e à população eram o Regina Pacis e a médica Cláudia Rech, sendo que no final foi provado que ambos não tinham nada haver com o sumiço do corpo de Nicolas. “O que queremos agora é repor a imagem dos envolvidos, no caso a médica e a instituição. Queremos que a verdade integral venha à tona, com todas as letras, pois o que vimos foi novamente exposta a imagem da médica e da Unidade de Saúde a um fato que não é verdadeiro”, protesta o advogado Ocampo.



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