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Juízes param por auxílio em todo País no dia 15

Em Rondônia, o juiz Dimis Braga defende suspensão do auxílio-moradia para todas as classes.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 02/03/2018 às 07h05min

Juiz Dimis da Costa Braga confirma adesão de Rondônia à paralisação no dia 15

Se há algo imoral, tem que ser considerado para todos. Foi o que afirmou ontem por telefone ao Diário o juiz federal da 1ª vara da Seção Judiciária de Rondônia, Dimis da Costa Braga, delegado no Estado da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), ao confirmar a adesão dos juízes que atuam em Rondônia à paralisasção anunciada para o próximo dia 15, pelo presidente da associação, Roberto Veloso, em protesto ao julgamento marcado para o dia 22 no Supremo Tribunal Federal (STF) para tratar do auxílio-moradia da magistarura.

Dimis Braga, que é coautor da ação que levou o STF a estender o benefício a juízes federais, em 2014, criticou a forma diferenciada que o STF tem tratado os magistrados brasileiros, enfantizando que a Ajufe exige julgamento dos auxílios de todas as classes, inclusive dos parlamentares.

“O STF pautou apenas a ação 1.777/2013, que garantiu o auxílio a pouco mais de dois mil juízes federais, enquanto outros 30 mil magistrados e auxiliares da justiça recebem há anos. Se é para interromper o pagamento, que se interrompa para todos, inclusive para os parlamentares”, argumentou.

A ação, que resultou na decisão liminar do ministro Luiz Fux, foi ajuizada por sete magistrados, entre eles Dimis Braga, em abril de 2013, mediante advogados contratados pela Ajufe, que em junho de 2014 ingressou como assistente.
A paralisação foi definida ontem após a Ajufe realizar consulta entre os associados, que começou no último dia 22, um dia após a presidente do STF, Cármen Lúcia, marcar o julgamento, e se encerrou na última quarta-feira com mais de 81% dos votos a favor do manifesto.

“Trata-se de uma deliberação da Ajufe, indignada contra o tratamento dispensado à Justiça Federal”, lembrou Dimis Braga ao confirmar a adesão de Rondônia.

Ataque

Em nota oficial, Roberto Veloso afirma que a magistratura vem sendo atacada em função do combate à corrupção, “sem limites”, que a operação Lava Jato vem fazendo no Brasil – e a forma encontrada para punir a Justiça Federal foi atacar a remuneração dos juízes. “A operação Lava Jato vem mudando a cultura brasileira em relação à corrupção, combatendo-a, sem limites, o que está comprovado pela condenação de diversas autoridades nacionais que ocuparam cargos expressivos, fato inédito, até então, na história da República. É bom lembrar que várias pessoas poderosas estão atrás das grades”, sustentou.



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