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RONDÔNIA

Laudo faz Defesa Civil isolar patrimônio histórico de PVH

Defesa Civil constatou danos na estrutura de uma das Três Caixas d’Água, na capital.

Por Sara Cícera Diário da Amazônia
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Publicado: 24/10/2018 às 10h30min

Estrutura não corre risco de desabamento, diz Defesa Civil (Divulgação)

A pedido do Ministério Público de Rondônia (MP/RO), a Defesa Civil de Porto Velho isolou uma das Três Caixas d’Água, patrimônio histórico de Porto Velho, na segunda-feira (22). A situação precária da estrutura foi detectada após a Defesa Civil realizar uma vistoria no local. Um laudo foi elaborado solicitando o reparo e a contratação de uma empresa para fazer a restauração do patrimônio.

De acordo com o gerente de Operações da Defesa Civil, Rogério Félix, a prefeitura de Porto Velho já está providenciando uma licitação para fazer o isolamento da área. “No local serão colocados tapumes e será feito o escoramento. E também será feita uma licitação para que seja reforçada a parte de baixo que se encontra danificada.

O laudo já foi encaminhado para o Ministério Público Federal (MPF/RO), onde nós já realizamos uma reunião na semana passada. Já estão sendo tomadas as medidas necessárias para que seja providenciado o reparo o mais rápido possível”, disse.

A Defesa Civil esclarece à população que não há nenhum risco de queda, de desabamento. Nem com chuvas fortes, como temporais. A medida é apenas uma precaução para poder adiantar os procedimentos de forma preventiva.

Para o professor e historiador Célio Leandro, esse isolamento acontece de certa forma, tardio. Ele informou que há tempos estão denunciando a situação das Três Caixas d’Água. “Aquele espaço estava servindo de estacionamento. Os carros ficam estacionados debaixo do patrimônio histórico. Por várias vezes eu fui lá e registrei isso. A própria população não tem usado, não tem protegido o espaço público, o patrimônio histórico, e levou o poder público a intervir dessa forma. Eu vejo essa situação com extrema preocupação”, contou.

Ainda de acordo com o professor, as duas primeiras caixas d’água chegaram em 1910 e a terceira em 1912. O objetivo principal era fornecer água para a construção da ferrovia, da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré (EFMM), e para a cidade de Porto Velho, que começava a surgir. Elas funcionaram até a década de 50. Em 1955, elas foram desativadas por não fornecerem água para muitas residências, pois já havia surgido uma companhia de água para o Território.

“Infelizmente nós não damos tanto valor assim. Mas a nossa sociedade mudou-se a partir daquilo ali. Esse patrimônio diz o que nós somos. Ali representa a nossa origem. Porto Velho surgiu a partir daquela construção. E na medida em que nós não preservamos o principal símbolo da nossa origem, deixamos de ser uma nação, uma sociedade. É muito importante buscar preservar esses monumentos porque as futuras gerações que virão terão acesso a isso. Verão a história enaltecida, a história de pé e poderão preservar mais as nossas raízes acima de tudo”, disse Célio Leandro.

O local também ganhou o nome das estruturas, como a Praça das Três Caixas d’Água. A praça é um ambiente muito conhecido pela população. “No local, são realizadas feiras de flores, livros, automóveis, reuniões partidárias, greves e protestos. Tudo que é movimento é realizado ali, e imagina a interferência social que tem tido naquela região”, finalizou o professor Célio Leandro.



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