O Ministério Público Federal denunciou na noite de ontem 62 pessoas sob acusação de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e participação em organização criminosa, em decorrência da investigação da Operação Câmbio, Desligo, deflagrada há um mês. A investigação levou à prisão dezenas de doleiros. O principal deles, Dario Messer, continua foragido, após ser delatado por seus dois funcionários, Vinicius Claret e Cláudio Barbosa.
A denúncia, de 816 páginas, tem entre os acusados o ex-governador Sérgio Cabral (MDB), alvo da 24ª denúncia do MPF. Além da lavagem de dinheiro e evasão de divisa, comum a quase todos os denunciados, o emedebista é acusado de corrupção pelo recebimento de R$ 23 milhões da Queiroz Galvão por meio do sistema de Claret e Barbosa.
Claret e Barbosa detalharam em delação premiada como funcionava um sistema que reunia doleiros de todo o país que movimentou cerca de US$ 1,6 bilhão (o equivalente a cerca de R$ 5,3 bilhões) envolvendo mais de 3.000 offshores em 52 países. Conhecido como Juca Bala, Claret já foi citado por executivos da Odebrecht, o corretor Lúcio Funaro e os doleiros Renato e Marcelo Chebar, que atuavam para o ex-governador Sérgio Cabral (MDB).