Segundo o IBPT, a alíquota pode chegar a até 47% sobre canetas, 43% sobre apontadores e borrachas e 35% sobre cadernos e lápis Roni Carvalho/Diário da Amazônia
Todo começo de ano para pais de crianças e adolescentes é quase um ritual: ida a certo número de papelarias para pesquisar preços do material escolar. E os números para 2015 revelam: as compras terão um valor mais alto em comparação com o ano passado. Dados da Associação dos Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares mostram aumento de 8% em materiais para estudo.
Segundo Aristela Lima, gerente da Socibra em Porto Velho, loja especializada em materiais escolares, a alta se deve à valorização do dólar – que eleva o preço de importação. O valor do petróleo usado em confecção de produtos que levam plásticos e seus derivados, como canetas e apontadores, também influencia nos preços de materiais escolares. “A economia brasileira está passando por momentos de altos e baixos e o dólar é algo que influencia muito, pois grande parte dos produtos são fabricados fora do País”, conta Aristela.
Para Diana Navarro, mãe, 39 anos, de dois anos para cá, a lista escolar diminuiu o número de itens solicitados – o que baixou o preço dos materiais da filha Sofia, de 11 anos. “Como agora não se pode mais pedir materiais de almoxarifado e escritório, o valor diminuiu”, diz. Diana acredita que o investimento na compra de materiais que são um pouco mais caros e de uma qualidade melhor, faz com que as compras escolares durem o ano todo.
Raquel Lopes da Costa, gerente da Prisma Papelaria, o que mais subiu foram os papeis, mas que a alta não é tão relevante, já que a loja conseguiu manter os preços para que a diferença aos pais não fosse tão sentida. “O que mais teve aumento de preço foram os papeis, mas foram centavos, o restante conseguimos manter”, conta a gerente.
Já Aristela Lima revela estar animada com o movimento de janeiro, apesar da alta nos preços. Ela espera um crescimento de pelo menos 7% com relação ao ano passado. Para alcançar o objetivo, a loja está trabalhando com diversificação dos produtos, para que os valores sejam atrativos para o público. “Estamos preparados para receber os pais”, diz.
Os pais devem pesquisar antes de efetuarem as compras
ALTOS IMPOSTOS ELEVAM OS PREÇOS DOS MATERIAIS
Para a ABFIAE, o que pesa bastante é a alta tributação em cima de materiais escolares. Para se ter uma ideia do quanto dos artigos é direcionado, o exemplo mais simples é a caneta. Segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário em um levantamento feito em 2014, do preço de uma caneta, quase metade vai para os cofres públicos (47,7%). Logo abaixo no ranking, aparece a agenda escolar, o apontador e a borracha, com impostos que chegam a 43,1%.
Portanto, o Órgão de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) pede que os pais pesquisem bem antes de efetuarem as compras. De acordo com o órgão, a lei obriga as escolas a distribuírem as listas para que os pais possam fazer esse estudo de valores. Na relação, não podem conter materiais de uso coletivo – como utensílios para escritório, material de limpeza e de uso comum na escola – e marcas, já que os pais devem ter o direito de escolha assegurado pela instituição de ensino.
Outra orientação do Procon é de que os pais denunciem quando perceberem a inclusão de itens abusivos nas listas, principalmente nesta época do ano. Obrigações da escola também incluem a fixação do plano pedagógico de utilização dos materiais em local público e de fácil acesso na instituição e deixar os pais livres para comprarem em qualquer estabelecimento – ficando proibida de exigir que se compre os materiais em lojas específicas (a exceção se dá quando não há outro local que ofereça determinado produto). Quanto as resmas de papel solicitadas, limita-se a uma por aluno – mais que isso é considerado exagero.
