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Diário da Amazônia

Migração aumenta casos de malária

No final de 2018 os casos aumentaram cerca de 14%, passando de 8 mil em relação ao ano de 2017.

Por Redação Diário da Amazônia
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Publicado: 22/03/2019 às 09h20min | Atualizado 22/03/2019 às 14h29min

Entre os dias 1 de janeiro e 14 março deste ano já foram registrados 1.198 casos de malária em Rondônia, de acordo com os dados disponibilizados pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica do Ministério da Saúde. No período de 2015 a 2017 Rondônia obteve a menor incidência de malária registrada nos últimos 40 anos, chegando a um patamar de 6,7 mil casos. Porém, no final de 2018 os casos aumentaram cerca de 14%, passando de 8 mil em relação ao ano de 2017.

“Se nós observarmos a curva da malária a partir da década de 80, nós vamos observar que desde 1988 nós tivemos quase 300 mil casos, ou seja, nós tínhamos metade da malária do Brasil no estado de Rondônia e que esses 300 mil casos foram descendo de forma gradual. Houve alguns surtos nesse período mas ela foi baixando até esses 6,7 mil casos, porém, ainda consideramos ser um pouco alto e o nosso sistema de controle, os mais conhecidos, não conseguem diminuir mais os casos de malária”, disse Mauro Tada, diretor-geral do Centro de Pesquisa em Medicina Tropical (Cepem), da Secretaria Estadual de Saúde do Estado de Rondônia (Sesau). Segundo ele, o aumento de casos da malária em Rondônia está relacionado diretamente a migração interna desencadeada por fatores econômicos e sociais.

REGIÃO AMAZONICA

De acordo com informações de Mauro Tada, o aumento da malária avançou em toda a região Amazônica, principalmente nos estados do Amazonas, Pará, Acre e Roraima. “Um critério que nós consideramos extremamente importante para a transmissão da malária são as migrações. As migrações econômicas, como por exemplo, o garimpo, entra as situações de assentamentos, mas de formas legais. E temos as migrações sociais. E nós temos que tratar desse cenário aonde a malária surge por causa de migrações, e a gente observa que nessas situações de populações vulneráveis e flutuantes é que nós temos uma incidência e permanência e os surtos de explorantes que ocorrem durante a malária”, informou o diretor.

TRANSMISSÃO

O mosquito se infecta por uma pessoa infectada com a malária, e quando as pessoas vêm de outra área, e essa área tem o mosquito transmissor mas não tem malária, a disseminação da malária poderá aumentar. “Então há uma contaminação de áreas onde existem os vetores, como é uma doença aguda, ela se reflete rapidamente em surtos, e a incidência promove uma ordem geométrica, ou seja, ela vai se multiplicando e em poucos meses vai ter um surto se não for controlado em tempo hábil”, contou Mauro.

O outro fator importante de transmissão é a malária do portador sintomatístico que são aquelas pessoas ribeirinhas que nasceram e vivem ao redor dos grandes rios e que adergam o parasita sem ter nenhum sintoma, mas servem como reservatório dos parasitas.

“Aquelas pessoas que vão pescar e que vão a esses locais, apesar de aparentemente não apresentar a malária, tem os reservatórios sintomatístico. O mosquito pica essas pessoas que se contaminam e pulam no pescador eventual que aparecem por lá, ou caçador. E aí a transmissão aumenta e pode ocorrer o surto”, explicou o diretor-geral do Cepem.

TIPOS

O mosquito da malária ele não fica na água, ele vive na fronteira da mata. A doença da malária ela é tipicamente silvestre, o mosquito vive em áreas rurais com grandes densidades florestais. Existem cinco tipos de malária: a Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malária e Plasmodium ovale. Plasmodium knowlesi.

AÇÕES

Para controlar e prevenir o aumento da doença no Estado, uma audiência pública será realizada na segunda-feira (25) na Assembleia Legislativa de Rondônia (ALE-RO) para desenvolver o plano de eliminação da malária no Estado. “Na audiência, as pessoas vão questionar sobre o plano e assim nós resolveremos de maneira mais compactada e integrada com os três Poderes, para unir força para o plano e para termos uma solução para o nosso problema, e aí sim será possível que se elimine a malária no Estado e que poderá servir para as outras endemias que poderão seguir o mesmo ritmo que observaremos da malária”, pontuou Mauro Tada.



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