O ministro da Educação, Abraham Weintraub, compartilhou uma postagem de um youtuber conservador que chama o presidente Jair Bolsonaro de traidor por não ter vetado, como queria o ministro da Justiça, Sérgio Moro, a criação do “juiz de garantias” ao sancionar o pacote anticrime. Após a publicação, Weintraub apagou a mensagem alegando ter se enganado.
Estou em viagem, em um navio, com internet intermitente. Fico horas sem internet. Dei RT sem querer em um post. Evidentemente que foi um erro.
— Abraham Weintraub (@AbrahamWeint) December 25, 2019
“Estou em viagem, em um navio, com internet intermitente. Fico horas sem internet. Dei RT sem querer em um post. Evidentemente que foi um erro”, afirmou o ministro.
Weintraub republicou uma postagem do youtuber Nando Moura que ficou conhecido nas redes por defender a pauta conservadora e ser um dos perfis mais influentes dentro da rede de apoio ao presidente no mundo virtual. Pelo Twitter, Moura afirmou que Bolsonaro, ao sancionar a emenda, “traiu não só o ministro Sérgio Moro mas todo o povo brasileiro”.
“Não existe mais nenhuma justiça neste país”, disse o youtuber. A postagem de Nando Moura foi uma das mais republicadas no dia e hastag #BolsonaroTraidor ficou entre os principais assuntos do Twitter.
Ainda nas redes sociais, o irmão do ministro, Arthur Weintraub, assessor especial do presidente, tentou explicar a situação.
Meu irmão é tiozão de internet. Ele às vezes fica folhando posts e dá like e RT sem querer. Eu pergunto "vc viu q vc curtiu tal coisa?". Ele "eu apenas li". Some-se a isso o fato de que ele está num navio, com internet intermitente. Meu irmão vai gravar vídeo explicando o erro.
— Arthur Weintraub (@ArthurWeint) December 25, 2019
Entenda
Nesta quarta-feira, 25, o presidente sancionou o projeto de lei do pacote anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, com 25 vetos. A Casa Civil havia recomendado uma rejeição maior à proposta, tendo sugerido 38 vetos. Entre os pontos que ficaram de fora, está a criação do juiz de garantias que foi um jabuti – termo utilizado quando os parlamentares inserem a proposta – proposto pelo grupo de trabalho da Câmara dos Deputados, mas havia a rejeição por parte do ministro Sérgio Moro.
Após o veto de Bolsonaro, Moro deixou claro que o projeto anticrime sancionado pelo presidente Jair Bolsonaro “não é o dos sonhos”, mas apresenta avanços e que era contrária a proposta do juiz de garantias.
“Sancionado hoje o projeto anticrime. Não é o projeto dos sonhos, mas contém avanços. Sempre me posicionei contra algumas inserções feitas pela Câmara no texto originário, como o juiz de garantias. Apesar disso, vamos em frente”, disse o ministro.
A proposta determina que dois juízes conduzem um caso em tempos distintos. O primeiro deverá conduzir a investigação criminal, em relação às medidas necessárias para o andamento do caso, e de outro que ficaria com o recebimento da denúncia e a sentença. O trecho foi classificado como uma proposta “anti-Moro”, levando em conta a atuação do ministro quando era juiz federal da Lava Jato, em Curitiba.
Fonte: Terra