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Diário da Amazônia

Morte de Eduardo Campos entristece País

A morte do presidenciável, Eduardo Campos (PSB), em um acidente de avião na manhã de ontem, em Santos (SP), aos 49 anos completados no..

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Publicado: 14/08/2014 às 12h40min | Atualizado 28/04/2015 às 19h38min

Então candidato a presidente do Brasil, Eduardo Campos, morreu ontem aos 49 anos

Então candidato a presidente do Brasil, Eduardo Campos, morreu ontem aos 49 anos

A morte do presidenciável, Eduardo Campos (PSB), em um acidente de avião na manhã de ontem, em Santos (SP), aos 49 anos completados no último domingo, repercutiu deixando o País entristecido e de luto por três dias, decretado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Candidata à reeleição, Dilma também suspendeu a agenda de campanha, que incluía gravação de programa eleitoral, hoje, em Rondônia. Da mesma, os demais presidenciáveis, Aécio Neves (PSDB), Levy Fidelix (PRTB), Luciana Genro (Psol), Mauro Iasi (PCB), Rui Costa Pimenta (PCO), Zé Maria (PSTU), Eduardo Jorge (PV), Pastor Everaldo (PSC) e Eymael (PSDC), suspenderam suas agendas.

Campos deixou a esposa Renata e cinco filhos, um deles com menos de um ano de idade. Até o início da noite de ontem o corpo não havia sido liberado do IML, mas já havia a confirmação de que o velório seria na sede do governo de Pernambuco e o sepultamento no Cemitério de Santo Amaro, no memso túmulo do avô Arraes.

Em Porto Velho, o prefeito Mauro Nazif, que é presidente regional do PSB, partido que Campos presidia em nível nacional, também decretou lutou oficial por três dias. “O Eduardo era um jovem político que sempre se destacou nos projetos que realizou. Ele foi deputado várias vezes, governador de Pernambuco em dois mandatos, sendo reeleito com cerca de 80% dos votos, prova inconteste de que ele trabalhou pelo povo pernambucano”, disse o prefeito porto-velhense, que entrou em contato com a direção nacional do PSB assim que soube da notícia por telefone.

Já o governador Confúcio Moura lembrou que foi colega de Campos e do avô Miguel Arraes, na Câmara dos Deputados, e que Eduardo era um pernambucano apaixonado pelo Brasil. “Um homem íntegro, com um futuro brilhante pela frente. Lamento profundamente seu falecimento precoce. Minhas condolências à família, aos correligionarios do PSB e aos brasileiros, de modo geral”.
Como presidente do PDT em Rondônia, o senador Acir Gurgacz afirmou que “o Brasil perde um grande homem público, um companheiro que exercia a política de forma crítica, democrática e pautada pela promoção da justiça social”.

MARINA

Eduardo Campos, que saiu do Rio de Janeiro para cumprir agenda no litoral paulista, ainda ofereceu carona à candidata a vice-presidente, Marina Silva, que preferiu voar direto para Guarulhos (SP) pois iria gravar programa televisivo para a propaganda eleitoral gratuita, que também acabou sendo cancelada. Morreram com Eduardo Campos, o fotógrafo, Alexandre Severo; o assessor de imprensa, Carlos Augusto Filho, conhecido como Percol; os pilotos Geraldo Magela e Marcos Martins; o cinegrafista Marcelo Lyra; e o assessor de campanha e ex-deputado federal, Pedro Almeida Valadares Neto.

Pela legislação eleitoral, o PSB tem 10 dias para indicar um novo candidato a presidente do Brasil. As especulações ontem apontavam para Marina Silva presidente com um candidato a vice a ser anunciado nos próximos dias. (Da Redação com Agência Brasil e Wikipédia)

DE ALUNO LAUREADO A GOVERNADOR COM MAIOR VOTAÇÃO

Eduardo Henrique Accioly Campos nasceu em Recife (PE) e era neto de Miguel Arraes, político que em 1979 retornou ao Brasil após 15 anos no exílio, e morreu há 9 anos completados também ontem. Campos graduou-se em economia aos 20 anos de idade, como aluno laureado e orador da turma, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde ingressou na política como presidente do Diretório Acadêmico de Economia. Em 1986, deixou de fazer mestrado nos Estados Unidos para participar da campanha que elegeu o avô Miguel Arraes governador de Pernambuco, de quem foi chefe de gabinete e responsável pela criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste e da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). Em 1990, filiou-se ao PSB e no mesmo ano foi eleito deputado estadual, destacando-se entre os mais atuantes. Quatro anos depois foi eleito deputado federal, com 133 mil votos, mas pediu licença do cargo para integrar o governo de Arraes como secretário de governo. Em 1998 voltou a disputar um novo mandato à Câmara Federal atingindo o número recorde de 173.657 mil votos, a maior votação naquele Estado.

Em 2002, pela terceira vez no Congresso Nacional, Eduardo Campos ganhou destaque como articulador do governo Lula nas reformas da Previdência e Tributária. Por três anos consecutivos esteve na lista do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) entre os 100 parlamentares mais influentes do Congresso, onde também participou de várias CPIs, como a de Roubo de Cargas e a do Futebol Brasileiro (Nike/CBF). Nessa última, atuou como sub-relator, onde denunciou o tráfico de menores brasileiros para o exterior fato que teve ampla repercussão na imprensa nacional e internacional.

MINISTRO

Em 2004, a convite do presidente Lula, Eduardo Campos assumiu o Ministério da Ciência e Tecnologia, tornando-se o mais jovem dos ministros nomeados. Em sua gestão, o MCT reelaborou o planejamento estratégico, revisou o programa espacial brasileiro e o programa nuclear, atualizando a atuação do órgão de modo a assegurar os interesses do País no contexto global. Como ministro da Ciência e Tecnologia, também tomou iniciativas que repercutiram internacionalmente, como a articulação e aprovação do programa de biossegurança, que permite a utilização de células-tronco embrionárias para fins de pesquisa e de transgênicos.

No início de 2006, se licenciou da presidência nacional do PSB para concorrer ao governo de Pernambuco, sendo reeleito em 2010 com mais de 80% dos votos válidos, maior percentual do País. Em 2011 foi reeleito presidente do PSB, com mandato até este ano, quando foi reconduzido ao cargo, por aclamação, e sem concorrentes. Em 2013, com a proposta de concorrer à Presidência da República, Eduardo Campos anunciou o rompimento com o governo Dilma, saindo da base aliada, junto com seus correligionários. Na última pesquisa do Ibope ele ocupava a terceira colocação, atrás de Dilma e Aécio Neves.



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